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20/07/2019 10:49
Cultura
A Cidade que nasceu de um baile

Paulo Jacinto, cidade do Agreste alagoano, com pouco mais de 7 mil habitantes, teve sua origem como o vilarejo chamado Lourenço de Cima, tendo sua família fundadora o Sr. Antônio de Souza Barbosa, vindo da Paraíba com sua família, atraídos pela amenidade do clima e a fertilidade do solo, fazendo surgir a pequena povoação em meados de 1835. O Sr. José Carolino foi o primeiro comerciante, abrindo seu estabelecimento na vila, chamado na época de “bodega”.

 


Com a inauguração, em 1911, da estação da Estrada de Ferro da “Great Western”, o povoado passou a chamar-se Paulo Jacinto em homenagem a Paulo Jacinto Tenório, filho de Quebrangulo e que havia doado a citada Companhia uma área de terras destinadas aos serviços da nova via de comunicação, que foi de grande importância para o crescimento de toda a região.

 


Assim, as distâncias são encurtadas com a inauguração da via férrea, as cidades vizinhas e a capital já não se encontram tão distantes, com algumas horas de viagem, a população poderia visitar parentes, ir ao médico, fazer compras ou vender suas mercadorias, entre outras coisas.

 


O desenvolvimento acelerado fez com que em 1925, o povoamento seja elevadoà categoria de vila, sendo então oficialmente denominado de Vila Paulo Jacinto, devido ao seu desenvolvimento econômico. Com a expansão da cultura do algodão, contando com mulheres, descaroçadorasde algodão do Estado de Alagoas, oportunizando a circulação de riquezas e a geração de emprego e renda. As pessoas mais velhas, relatam que a locomotiva (máquina do trem chamada Maria Fumaça), aqui deixava vários vagões para serem carregados de algodão, principalmente pela Algodoeira Lagense que se instalou na cidade.

 


Os habitantes da próspera Vila de Paulo Jacinto já não aceitavam depender politicamente do Município de Quebrangulo. Iniciam-se, então, vários movimentos, liderados por vários representantes de vários segmentos da sociedade, em prol da emancipação política destacando-se: Barbosa Filho e sua esposa Sebastiana Holanda Barbosa, Sr. Caladinho e esposa Irene Barros Calado, Novo Barros e esposa Josefa Barbosa Barros, José Teixeira Cavalcante, João Cassiano Costa, Alonso Andrade, João Duda Calado e filhos, Francisco de Assis Barbosa e esposa Maria Luísa Torres Barbosa, José Aurino de Barros e família, José Moreno Cunha e muitos outros.

 


Dentre os movimentos, destacou-se um baile, realizado no mês de julho de 1951, num galpão, onde armazenava algodão para ser comercializado, espaço esse conhecido pelos Paulojacintenses como Lagense. Por ser realizado no mês posterior as festas juninas, o traje era chita, tanto para os rodados vestidos das senhoras, como para as camisas dos nobres senhores. Na época a música “Rosinha de Propriá”, de Luiz Gonzaga, fazia sucesso, sendo executada ao som de uma sanfona, era o carro chefe do baile, cuja finalidade era angariar fundos para emancipação política da Vila Paulo Jacinto.

 


Através da Lei n° 1.674, de 11 de novembro de 1952 foi criada a comarca de Paulo Jacinto, classificada como Primeira Estância, com jurisdição na sede da mesma.
Finalmente, após várias reuniões e audiências com o Governador do Estado, da época, Dr. Arnon de Melo, em 02 de dezembro de 1953, a Lei n° 1.747, tornou Paulo Jacinto independente de Quebrangulo, sendo elevado à categoria de Município.

 


Paulo Jacinto, continua sendo uma das poucas cidades de alagoas com uma festa tradicional que conseguiu romper este século, ficou conhecida com a cidade que nasceu de um baile, e suas raízes continuam fortes. Neste final de semana, 20 e 21 de julho, acontece a 67º Festa da Chita, mantendo sua cultura viva, e sua história sendo contada de geração em geração.

 

 

 

Fonte: Assessoria

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