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02/05/2020 21:25
Política
Bolsonaro avalia indicar 'braço direito' de Ramagem para PF
STF impediu nomeação do presidente, que ainda tenta reverter decisão do ministro Alexandre de Moraes
Bolsonaro avalia indicar 'braço direito' de Ramagem para comando da PF / Foto: Adriano Machado / Reuters

BRASÍLIA - Enquanto tenta reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que impediu que Alexandre Ramagem assumisse o comando da Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro avalia indicar o delegado Rolando Alexandre de Souza para chefiar a instituição. Atual secretário de Planejamento e Gestão da Agência Brasileira de Investigação (ABIN), Rolando é próximo de Ramagem, diretor-geral do órgão, de quem é considerado "braço direito".

 

A possível nomeação de Rolando é vista como uma alternativa do presidente para manter a influência de Ramagem, que é próximo à família Bolsonaro, na Polícia Federal. Segundo pessoas próximas ao presidente, o diretor-geral da Abin tem participado diretamente das decisões sobre o futuro do comando da PF, uma atribuição do ministro da Justiça, André Luiz Mendonça.


Segundo o Estado apurou, a nomeação de Rolando pode ser efetivada em poucos dias. Há uma preocupação com o avanço do inquérito das "Fake News", que poderia atingir seus filhos e até mesmo servidores que atuam no chamado "gabinete do ódio". A investigação já identificou empresários bolsonaristas que estariam financiando ataques contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nas redes sociais, conforme revelou o Estado.

 

Há ainda outro inquérito aberto por determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, para apurar "fatos em tese delituosos" envolvendo a organização de atos antidemocráticos, após Bolsonaro participar de protesto em Brasília convocado nas redes sociais com mensagens contra o STF e o Congresso.
Outra apreensão do presidente é a apuração sobre o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) que trata de um esquema de "rachadinha" em seu antigo gabinete, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. O caso foi revelado pelo Estado.

 

Rolando estava na Superintendência da Polícia Federal em Alagoas até setembro do ano passado, quando assumiu a secretaria de Planejamento e Gestão da Abin a convite de Ramagem. Antes de ser vetado no comando da PF, o chefe da agência de inteligência já montava sua equipe na cúpula da instituição e levaria Rolando com ele.

 

Por sua vez, Ramagem foi segurança de Bolsonaro durante a campanha eleitoral e entrou para o rol de auxiliares de confiança do Planalto com o apoio do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). A sua nomeação para a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), em julho de 2019, é atribuída ao filho do presidente.

 

Bolsonaro foi alertado que nomear Ramagem para chefiar a PF potencializaria as acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que ao se demitir disse que o presidente queria fazer interferência política na Polícia Federal e ter acesso a relatórios de inteligência. Entretanto, insistiu e a nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 27 de abril, junto com a confirmação de Mendonça, ex-Advocacia-Geral da União, para o Ministério da Justiça.

 

Poucas horas antes da cerimônia de posse no Palácio de Planalto na quarta-feira, 29, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação de Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal. A decisão liminar atendeu a um pedido apresentado pelo PDT após o governo baixar decreto confirmando a indicação.

 

De acordo com Moraes, as declarações de Moro sobre tentativa de interferências na autonomia da corporação, a divulgação de mensagens trocadas com o ex-ministro e a abertura do inquérito no próprio Supremo para investigar as acusações motivam a necessidade de impedir a posse de Ramagem.

 

FONTE: TERRA

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