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28/01/2017 11:05
Meio Ambiente
Projeto Ecorais faz campanha de preservação da biodiversidade marinha em Búzios
Agência Brasil

O Projeto Ecorais promove neste final de semana a campanha SOS Mar de Búzios, com várias ações nas praias da cidade. O projeto foi motivado pela preocupação de pescadores locais e órgãos ambientais com os danos que os corais sofrem em função de atividades humanas.

 

 

Iniciado em 2000 como tese de mestrado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), para estudar a saúde dos corais do município de Armação dos Búzios, Região dos Lagos, o projeto é dirigido agora pelo Instituto Brasileiro de Biodiversidade (BrBio) – uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip). O Ecorais levantou informações sobre a fauna e a flora marinha e os potenciais impactos verificados nas oito praias de Búzios, onde um terço dos costões rochosos foi diagnosticado como sob estresse ambiental elevado.

 

 

Contribui para isso o volume de lixo deixado nas praias e jogado no mar, o número de banhistas e de pessoas na areia, bem como a quantidade de barcos de passeio e até a atividade pesqueira feita de forma desorganizada. A coordenadora-geral do Ecorais, Simone Pszcol, disse que as atividades recreativas têm de ser realizadas de forma ordenada, porque geram lixo para o meio ambiente marinho. Segundo ela, é preciso que um gerenciamento dessas atividades para que elas ocorram de maneira sustentável.

 

 

O principal objetivo das ações programadas para o final de semana é transmitir à população e aos turistas informações sobre a biodiversidade marinha do município. “Ou seja, saber que Búzios tem uma formação única. É passar esse conhecimento para que os moradores e turistas saibam da existência desses corais e dessa importante biodiversidade de Búzios, que precisa ser conservada e protegida, para que a gente possa aproveitar da melhor forma os recursos marinhos”, destacou Simone.

 

 

Além de sensibilizar as pessoas sobre a importância da conservação dos corais, a campanha quer formar multiplicadores para proteger o meio ambiente. “A ideia é que a gente divulgue o conhecimento que existe sobre as praias, fale sobre biodiversidade marinha, sobre ecologia, por que é importante conservar, o que a gente perde quando não conserva [o meio ambiente]. As pessoas precisam ser críticas sobre as suas atitudes”.

 

 

Conscientização

 

 

Entre as ações previstas para hoje (28) estão a divulgação da campanha em praias do município e atividades recreativas e jogos, entre outras atrações, na tenda do projeto, localizada na Praça Santos Dumont, centro da cidade.

 

 

No domingo (29), haverá mergulho para observação da biodiversidade na Praia dos Ossos e limpeza subaquática, coordenados pela equipe de educação ambiental do BrBio, entre as 10h e as 14h. A partir das 16h, haverá atividades sobre habitats de corais e conservação marinha na tenda do Ecorais, na Praça Santos Dumont. “É apresentar o fundo do mar e a importância de preservá-lo”, disse a bióloga Simone Pszcol.

 

 

Ela destacou a necessidade de que a conscientização sobre a preservação do meio ambiente seja iniciada na infância. “Tem que sensibilizar todo o público, começando com as crianças e jovens, que precisam enxergar o que a gente tem de tesouro, o que é importante, o que a gente tem que cuidar”.

 

 

Conhecimento

 

 

Nesses 16 anos, o Ecorais gerou uma série de conhecimentos que foram passados à sociedade de uma forma acadêmica. No ano passado, surgiu a oportunidade de reativar o projeto, já com uma forma mais institucional, quando o BrBio foi contemplado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) no Projeto de Apoio à Pesquisa Marinha e Pesqueira do Estado do Rio de Janeiro.

 

 

O Ecorais pretende atualizar o mapa da biodiversidade dos costões rochosos elaborado a partir de 2000, que identificou 53 espécies da flora e fauna locais, como algas, esponjas, corais e ouriços. Será feita uma nova avaliação ambiental da região até 2018, em parceria com a Uerj, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal Fluminense (UFF). Simone Pszcol disse que a ideia “é fazer o monitoramento dos corais nos próximos dois anos”.

 

 

Segundo a bióloga, em dezembro do ano passado, foi feita uma segunda expedição, que mapeou novamente as oito praias. A informação será processada nos próximos meses pelos pesquisadores envolvidos no trabalho.

 

 

A campanha será repetida em fevereiro para moradores da Praia Rasa. Em abril, está previsto um curso de capacitação para professores da rede pública municipal de ensino, para que se tornem também multiplicadores do projeto em sala de aula. “Tem que abraçar [a causa], todo mundo tem que trabalhar junto”, afirmou Simone.

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