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23/10/2018 08:49
Mundo
Como uma caravana de migrantes rumo aos EUA desafia Donald Trump e o governo do México
Enquanto milhares de pessoas atravessam o México, o presidente Trump pressiona o governo mexicano e diz que vai cortar a ajuda financeira dos EUA à região.
/ Foto: Reuters/Ueslei Marcelino

 A caravana de milhares de migrantes da América Central que segue rumo aos EUA continua atravessando o México e desafiando os governos dos dois países.

No domingo, a massa humana chegou à cidade de Tapachula, a aproximadamente 37 km da fronteira do México com a Guatemala.

Sob pressão do presidente americano, Donald Trump, as autoridades mexicanas tinham tentado impedir a caravana de cruzar a ponte que liga os dois países, mas os imigrantes conseguiram chegar ao México por barco, atravessando o rio Suchiate.

"Estamos queimados de Sol. Temos bolhas nos pés. Mas chegamos aqui. Nossa força é maior que as ameaças de Trump", disse a imigrante Britany Hernández à agência de notícias AFP.

Trump quer impedir os imigrantes de chegarem aos EUA e disse nesta segunda-feira (22) que o país vai "começar a cortar" a ajuda que oferece a Guatemala, Honduras e El Salvador.

O presidente americano criticou os países por "permitir que as pessoas deixem a região" e vão "ilegalmente" aos EUA.

 

Em 2017, a Guatemala recebeu mais de US$ 248 milhões em ajuda dos EUA. No mesmo ano, Honduras recebeu US$ 175 milhões e El Salvador, US$ 115 milhões, segundo a Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional.

Os comentários são a mais recente tentativa de Trump de retomar a pauta sobre imigração antes das eleições para o Congresso americano, marcadas para o dia 6 de novembro.


Trump acusa os imigrantes de estarem tentando entrar ilegalmente nos EUA, mas muitas das famílias viajando em direção à fronteira estão procurando asilo. Os pedidos de asilo podem levar até 45 dias para serem respondidos.

Os imigrantes dizem que estão fugindo de perseguição, pobreza e violência em seus países de origem.

De acordo com o jornal americano "The New York Times", o plano de Trump para impedir a entrada dos imigrantes pode significar nova separação de famílias – a política de separar famílias na fronteiras gerou uma crise no meio do ano. Segundo o jornal, as famílias podem ter de escolher entre entregarem as crianças para cuidadores temporários ou ficarem juntos na prisão.

O presidente americano também repetiu diversas vezes que a caravana tinha motivação política, mas não ofereceu nenhuma evidência disso.

"As caravanas são uma desgraça para o Partido Democrata. Mudança nas leis de imigranção JÁ!", disse ele, em um post no Twitter.

Essa não é a primeira movimentação do tipo. Em abril, outra caravana saída de Honduras, com cerca de 200 pessoas, conseguiu chegar à fronteira americana atravessando o México.

De acordo com a mídia americana, deve levar semanas até que a caravana atual chegue à fronteira. Um dos pontos mais próximos onde é possível cruzar a fronteira fica em Brownsville, no Texas, a 1,6 mil km de distância de Tapachula.

Quem são os imigrantes?
Um grupo de cerca de mil hondurenhos saiu da cidade de San Pedro Sula em 13 de outubro para escapar do desemprego e da violência – a cidade é conhecida pelos altos índices de criminalidade.

Muitos deles ficaram sabendo da caravana depois que um ex-legislador publicou um post no Facebook sobre o assunto. A notícia rapidamente se espalhou pelas redes sociais.

O grupo foi engrossado por pessoas de outros países da América Central ao cruzar a Guatemala em direção à fronteira com o México.


Porque eles formaram uma caravana?
Caravanas de imigrantes desse tamanho são um fenômeno recente.

Embora as pessoas da região migrem para os EUA há bastante tempo e às vezes se unam no caminho, a natureza mais organizadas dessas caravanas é algo relativamente novo.

A primeira caravana que saiu de Honduras e chegou à fronteira em abril foi organizada por um grupo que tem se autodenominado Pueblo Sin Fronteiras (Povo Sem Fronteiras).

 

 

Fonte: G1

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