
Reticências / Edvaldo Silva

Quinta-feira (05/01) - meio dia. Os sinos normalmente badalam nesse horário em algumas igrejas pelo Brasil afora. Em Palmeira dos Índios, esse som não é mais ouvido pelos fiéis.
Mas vamos ao tema. É relacionado, mesmo não sendo religioso.
O esbarrão foi casual. Em frente à Câmara de Vereadores. Cerca de 10 metros de distância, entre eu e o presidente eleito para comandar os destinos do poder legislativo nos anos 2017 e 2018, Júnior Miranda, que com sorriso aberto apertava as mãos das pessoas que estavam na praça da Independência entre um corredor estreito que separava nós dois.
A intuição do repórter despertou e eu não poderia deixar passar aquele momento. Aproximei-me e também tive minhas mãos apertadas.
Não esperei muito para mandar a pergunta:
- Como estão as coisas entre Câmara e prefeitura depois da eleição de terça-feira passada?.
A resposta veio de imediato:
- Quem sabe é ele!!!
Respirei um pouco e me fiz de desentendido:
- Como assim?
E o vereador presidente foi direto:
- “Eu tenho o Terço e a Pistola”.
Falou assim e seguiu seu caminho apertando as mãos dos conterrâneos e me deixou sozinho sob um sol escaldante de 35 graus.
Ele me deixou ali solitário de propósito para que eu botasse os miolos no microondas dos questionamentos e tirasse uma resposta à minha dúvida.
Aí pensei: a oração do Terço político de Júnior Miranda é: “Venha a nós e a vós também”.
Caso contrário, a pistola será engatilhada com o cano apontado para a Prefeitura e o dedo do poder, onde aprova ou rejeita projetos e “sonhos”, sensível ao gatilho, pode deslizar pela culatra e ecoar pela Palmeira dos Índios e atingir o mais soberano de todos: O POVO.
Refletindo aqui a frase: “Tenho o Terço e a Pistola”, me leva ao filme: Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha.
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