Editorias
Um misto de sentimentos marcou o dia da resistência indígena na comunidade Wassu-Cocal, na localidade de Pedrinhas, em Joaquim Gomes, nesta quinta-feira (19). Ainda enlutados pela perda da liderança Geová José Honório da Silva, ocorrida em novembro passado, eles abriram as suas portas para festejar e manter viva a fé, a cultura e as tradições da comunidade.
“A gente fica pela metade, pela perda de um guerreiro. O valor que ele tinha para nosso povo era muito grande a agradeço-o por ter confiado a mim esta missão. Muitos pensam que este dia é só de lazer, mas é um dia de dar graças a Deus, de lutar pelos nossos direitos e afirmar a nossa resistência”, declara o cacique sucessor Edmilson José da Silva.
Como manda a tradição, os índios abriram o dia com o toré, seguido da missa e batizados, mais danças e exposição das produções dos alunos da Escola Estadual Manoel Honório.
O evento foi prestigiado por estudantes da rede municipal de Flexeiras, lideranças indígenas e membros da Wassu, inclusive das outras três escolas estaduais daquela comunidade: José Manoel de Souza, Marlene Marques dos Santos e José Máximo de Oliveira. Juntas, as quatro unidades atendem mais de 700 alunos da educação infantil ao ensino médio.
Feira de resgates
Um dos pontos de destaque foi a feira de cultura indígena, que resgata a história e tradição do povo Wassu. De acordo com a diretora Rosineide Santos, seis temáticas foram trabalhadas: lendas indígenas, pinturas, comidas típicas, ervas medicinais, brinquedos e brincadeiras e meio ambiente.
“A gente trabalha o ano inteiro a cultura indígena, todas as sextas-feiras, com temas específicos, e escolhemos estes seis trabalhos para expor”, explica Rosineide.
Em cada temática, eles destacam pontos essenciais e os costumes de seus ancestrais. Nas ervas medicinais, ensinam a produção de xaropes, inseticidas, pomadas, geleias e sabonetes. No meio ambiente, a importância de preservar rios e floresta local, inclusive com o replantio de mudas de espécies nativas em áreas desmatadas, receitas com ingredientes e preparos estudados em sala de aula, onde têm os pais como ‘biblioteca viva’, produzindo bolo de macaxeira, banana ou jaca verde com galinha de capoeira, aruá de coco. Nos brinquedos e brincadeiras dos antepassados, a peteca ganhou destaque entre os visitantes.
Aluna da rede municipal de Flexeiras, Laysa Santos da Silva aprovou a experiência. “Foi muito bom. Não conhecia a cultura indígena e nunca tinha brincado de peteca antes. Gostei demais”, afirmou a garota.
Fonte: Agência Alagoas
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