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24/08/2021 08:00
Esporte
Volta do Barcelona à semi é outro sinal do Equador que passou a levar o futebol a sério

Não considere o Barcelona intruso nem zebra entre os brasileiros Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras na Libertadores. O trabalho do futebol equatoriano merece o nosso respeito não somente pela presença do clube vice-campeão em 1990 e 1998 entre os quatro melhores do continente pela sétima vez. É preciso enxergar os feitos do país com a bola nos pés.


O Barcelona de Guayaquil perdeu títulos da Libertadores para Olimpia (1990) e Vasco (1998), mas o “boom” do Equador começou no início do século 21 com a classificação inédita para a Copa de 2002, realizada no Japão e na Coreia do Sul. Até então, o país dividia com a Venezuela a fama de fiel da balança na América do Sul. A autoestima aumentou com a ida ao Mundial de 2006, a passagem inédita às oitavas e a participação no torneio realizado no Brasil em 2014. Das cinco copas no século, La Tricolor participou de três.


Paralelamente, os clubes equatorianos ganhavam respeito nas competições continentais. A LDU calou o Maracanã duas vezes nas conquistas da Libertadores 2008 e da Sul-Americana em 2009 — ambas contra o Fluminense. O time também faturou a Recopa em 2009 e em 2010. Em 2016, o Independiente Del Valle disputou o título da Libertadores contra o Atlético Nacional da Colômbia. Em 2019, arrematou a Copa Sul-Americana.


O Equador faz sucesso ainda nas competições de base. É o atual campeão do Sul-Americano Sub-20 disputado em 2019, no Chile. Terminou o Mundial Sub-20, na Polônia, em terceiro lugar. Perdeu para a Coreia do Sul nas semifinais e derrotou a Itália no prêmio de consolação. No Sub-17, ficou em quarto lugar no Sul-Americano de 2015. No mesmo ano, alcançou as quartas de final no Mundial da categoria.


O baião de dois entre clubes brasileiros e argentinos nas semifinais da Libertadores só foi interrompido pelo Barcelona duas vezes em cinco temporadas. O clube era um dos semifinalistas em 2017 ao lado de Grêmio, Lanús e River Plate. Nsta temporada, lutará sozinho contra Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras.


O Barcelona faz bela campanha. Terminou em primeiro lugar em um grupo contra Boca Juniors, The Strongest e Santos. Eliminou Vélez Sarsfield e Fluminense no mata-mata. Está invicto em casa, onde receberá o Flamengo na partida de volta. Tudo isso é digno de aplausos. Mas faltou ousadia ao Fluminense para confirmar o maior Fla-Flu da história.


Refém dos veteranos Fred e Nenê e dos lampejos de Paulo Henrique Ganso, o técnico Roger Machado se perdeu durante a temporada, inclusive, na própria filosofia de jogo. No Grêmio, rompeu com o estilo de Luiz Felipe Scolari e deixou como legado para Renato Gaúcho um time criativo, com posse de bola. No Fluminense, passou a ter um time reativo para usar a palavrinha da moda. Tentou uma guinada na noite desta quinta, no Equador, ao ter 68% de posse de bola contra 32% do adversário, mas não foi incisivo nas finalizações.


A eliminação deixa o sentimento de que era possível ir além. O Fluminense avançou em primeiro numa chave contra River Plate, Junior Barranquilla e Independiente Santa Fe. Superou o Cerro Porteño nas oitavas e ficou pelo caminho outra vez diante de um adversário equatoriano. Parece carma. O tricolor perdeu dois títulos continentais para a LDU — a Libertadores de 2008 e a Copa Sul-Americana em 2009.


Os próximos dias devem ser tensos nas Laranjeiras. Restam as quartas de final da Copa do Brasil contra o Atlético-MG e o Campeonato Brasileiro. O time largou bem, mas começou a bugar e retrocedeu na competição. Há rumores de que Rogério Ceni pode assumir a prancheta. Enquanto isso, a linha do campeão do Equador começa a pensar no Flamengo.

 


FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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