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 Senhoras e senhores, mais um escândalo envolvendo dinheiro público e, desta vez, o alvo foi o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). Na manhã de hoje, 20, a Polícia Federal bateu à porta de quem achava que jamais seria pego. A "Operação Colheita Final" veio para expor um esquema de corrupção que desviava milhões de reais de financiamentos destinados a pequenos produtores rurais no Estado de Alagoas.

E qual é o enredo dessa história? Uma verdadeira trama de fraudes, laranjas e desvio de dinheiro público. De um lado, um gerente de banco público — aquele que deveria zelar pelo correto uso dos recursos — e, do outro, um grupo de fraudadores que utilizava documentos falsos para liberar empréstimos milionários sob o pretexto de impulsionar a agricultura familiar.

A FARSA DO PRONAF

O esquema funcionava assim: financiamentos eram concedidos no valor total de R$ 2.455.121,40, supostamente para custeio da atividade agropecuária, compra de animais e reforma de fazendas. Só que, na prática, o dinheiro nunca chegou ao campo. O que se viu foi um rastro de desvios para familiares dos fraudadores e até para uma empresa ligada ao próprio gerente do banco. Sim, o homem que tinha a caneta para aprovar os empréstimos também estaria metido na lambança.

O cerco se fechou. A PF avança.

As investigações revelaram movimentações bancárias suspeitas logo após os saques, com transferências diretas para contas de laranjas. E, no desdobramento dessa fraude, 16 fazendas foram colocadas no nome de terceiros para ocultar o patrimônio acumulado. Mas não deu certo. A Justiça Federal já determinou o sequestro dessas propriedades, além da busca e apreensão de documentos e equipamentos em Canapi, Olho D'Água das Flores, Arapiraca e Maceió.

E AGORA?

Os envolvidos poderão responder pelos crimes de fraude em financiamento, peculato e associação criminosa. E aí a pergunta inevitável: será que esse caso vai acabar em condenação ou teremos mais uma novela de processos que se arrastam sem punição?

O fato é que o dinheiro que deveria alimentar a agricultura familiar virou um esquema de enriquecimento ilícito, e quem realmente precisa — o pequeno produtor rural — continua à margem, esperando que o Estado funcione de verdade.

O Brasil segue assistindo. E a PF segue colhendo o que alguns plantaram.