A intolerância leva ao preconceito e existem várias formas onde podemos identificar a não aceitação do outro por ele ter escolhas diferentes das nossas, sejam elas religiosas ou por opção sexual. Pensando nisso, entrevistamos o Técnico em enfermagem e Umbandista - Alex de Oxum - que falou sobre o preconceito na religião, no homossexualismo, aproveitando para dar sua opinião com relação à indicação feita pelo vereador Fabiano Gomes (PSC) onde foi proposta a criação de uma casa de acolhimento LGBTT, após o assassinato de Manuel de Melo Junior, 26, conhecido como “Mary Montilla”, no último 02 de agosto.
Na opinião de Alex, a casa de apoio mostra o engajamento do poder legislativo com a causa. “Essa é uma iniciativa inovadora. Palmeira nunca teve um projeto como este e acho que em Alagoas também não, pelo menos não tenho conhecimento. Espero, sinceramente que seja aprovado e que consigamos ter esse apoio dos vereadores. Os políticos estão enxergando a necessidade de cuidar do ser humano, da pessoa, independente da opção sexual, religiosa ou política que venha ter”, acredita.
A religião
Com relação à questão da religião – Alex, que é umbandista, diz que “Muitas pessoas procuram o espiritismo mas não assumem porque ainda há a ideia de que no candomblé só existe o lado mal. Só que esquecem que a maldade não está na religião, ela está no ser humano. Não se assumir com o que lhe identifica pode gerar uma confusão muito grande na mente de qualquer pessoa. Falo agora tanto no lado espiritual como na questão da homossexualidade. O preconceito muitas vezes vem da própria pessoa quando ela não admite e não se impõe respeito por suas escolhas”, alerta.
A Fé
Durante a entrevista a palavra Fé foi usada de forma repetida em vários momentos. Segundo Alex a repetição foi proposital, já que o objetivo dele seria mostrar que “Muitas pessoas levam o espiritismo como uma brincadeira e como uma forma de enganar e ludibriar os outros. E isso faz com que os trabalhos sérios sejam colocados em “xeque”. “Não se brinca com a fé do outro nem com os problemas vividos. Quando a pessoa procura o candomblé, a igreja católica ou a evangélica, ela está procurando uma ajuda e o fortalecimento da fé”, destaca.
Fim dos problemas
Alex comenta ainda que, “A grande maioria das pessoas procuram o espiritismo para tentar resolver seus problemas amorosos, profissionais, enfim. E, quando não conseguem vão em busca das soluções em outras religiões. Nenhum pai de santo, padre ou pastor tem o poder de Deus. Só Deus é quem pode tudo, o que podemos é ajudar para que a pessoa fortaleça sua fé”, explica.
Ainda sobre essa questão o umbandista opina da seguinte forma: “A grande solução contra todo o preconceito, intolerância e violência do mundo estaria nas pessoas aceitarem as diferenças uns dos outros e serem mais humanas. Deus está dentro de cada um de nós, não precisamos ir a lugar algum para ter Deus em nossas vidas. Deus é um só. As pessoas que o dividiram nas religiões”.
Engajamento em causas sociais
Alex informou sobre várias ações realizadas por ele e o seus filhos de Santo para ajudar crianças e famílias carentes. “Nós fazemos muitas ações que visam ajudar as pessoas. São atos de caridade com o próximo. No dia 12 de outubro fazemos a festa de “Cosme e Damião” e também comemoramos o Dia das Crianças onde distribuímos presentes, bolos e doces. Outra data é o Natal onde nos reunimos e fazemos as entregas de cestas básicas para famílias que moram na periferia de Palmeira dos Índios”.
No final da entrevista, o umbandista fez questão destacar a seguinte frase: “Quando as pessoas começarem a se olhar com mais amor, respeito e entenderem que Deus é um só, muitos problemas deixarão de existir nesse mundo” – finaliza Alex de Oxum.
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