13/12/2016 10:24:42
Cidades
Prefeitura nega transporte e irmãos com deficiência podem perder tratamento gratuito
Pais prometem fazer denúncia ao Ministério Público em busca dos direitos dos filhos
Roberta Sampaio / Márcio Martins

 

 

Marciele Alcântara e seu esposo, residentes no bairro Mutirão, no município de Canapi/AL, informaram que irão procurar a justiça para garantir o direito dos seus filhos, com idades de 10 e 13 anos, de ter o transporte, antes cedido pela prefeitura de forma gratuita, para poder continuar o tratamento realizado na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) de Recife/PE. As crianças são portadores de Encefalopatia (doença crônica que entre outros problemas, pode causar deficiência física e retardo mental).

 

 

“Não medimos esforços em busca de tratamento especializado para nossos filhos. E, depois de muita luta e sacrifícios, finalmente, conseguimos uma vaga na AACD de Recife/PE . Porém, não temos como arcar com os custos das viagens, duas vezes por semana, à Recife”, disse Marciele.

 

 


De acordo com a mãe, a despesa com o transporte fica, em média, no valor de R$ 400,00 a 500,00. Despesa inviável para o orçamento da família que gira em torno de dois salários mínimos recebidos de beneficio das crianças.

 

 

Para não perder a vaga, a família vinha contando com o apoio da Prefeitura Municipal, até que o prefeito interino, não se sabe por qual motivo, resolveu suspender a assistência dada à família, cortando o transporte e até mesmo o combustível, já que às vezes, o deslocamento se dava no veículo particular da família.

 

 

DESLIGAMENTO DA AACD

 


Sem a liberação do transporte e do combustível, as crianças correm o risco de perder a vaga, já que, de acordo com as regras da instituição, ainda que por falta de transporte, os pacientes que apresentarem três faltas às terapias devem ser desligados da instituição.

 


Infelizmente, ontem - segunda-feira (12), pela terceira vez a Prefeitura Municipal negou atendimento à família. E, segundo a mãe das crianças o prefeito interino estava ciente das graves consequências de tal recusa para com o tratamento das crianças.

 

 

Marciele disse que entregou aos secretários de transporte e de saúde, cópias de um comunicado da AACD informando da possibilidade do desligamento das crianças por não comparecimento às terapias. Mas, nem isso foi capaz de sensibilizar os responsáveis pela liberação do transporte ou mesmo do combustível.

 

 

E é com esse mesmo comunicado e outros documentos, registros de atendimento e laudos médicos que a mãe das crianças deve ir à rádio e ao Ministério Público, nesta terça-feira (13), em Santana do Ipanema em busca dos direitos dos seus filhos, justamente no dia em que deveria está em Recife com seus filhos em tratamento.

 

 

O outro lado

 

 

Tentamos entrar em contato com os responsáveis pelas secretarias citadas na matéria, porém, o telefone do Secretário de Transportes estava impossibilitado de receber ligações. Já o do secretário de saúde chamou até cair à ligação, deixamos então mensagem pelo WhatsApp, onde o mesmo disse está viajando e que nesta terça-feira (13), se pronunciaria a respeito do caso.

 

 

 

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