Cerca de 140 alunos da Escola Estadual de Cegos Cyro Accioly prestigiaram, nesta esta quinta-feira (24), a exposição de obras do artista Manoel de Marinheira, no anexo do Teatro Deodoro, no centro de Maceió. Auxiliados por professores da unidade, os alunos puderam conhecer a exposição e apreciar o trabalho do escultor alagoano.
Na oportunidade, os alunos aproveitaram a experiência para tatear as obras - animais de todos os tipos talhados em madeira - e fazer selfies descontraídas, o que os deixou estasiados.
Walter Simões, diretor da Escola, conta que os alunos já estavam cientes da visita há cerca de quinze dias, acrescentando que a expectativa só aumentava com o passar do tempo. Segundo ele, a experiência foi bastante proveitosa, pois, os alunos puderam exercitar os sentidos e vivenciar os conteúdos aprendidos em sala de aula, como práticas educativas para uma vida independente, estimulação pedagógica e reeducação visual, sempre orientados pelos professores - profissionais capacitados para trabalhar especificamente com este público.
Aos 61 anos de idade, Antônio Ferreira, que frequenta as aulas especiais há dez anos, pode, pela primeira vez, ir a uma exposição de arte e ter contato direto com as obras. Perguntado sobre como se sentia, não exitou: "Eu estou extremamente feliz. Amei tudo, principalmente os grandões". Impressionado com os detalhes das obras, Antonio não escondeu o espanto ao perceber o tamanho do nariz do gorila: "Eita! Olha o ladrão de oxigênio!", disse, sorrindo.
Valdyneck Rodrigues, de 36 anos, é outro educando que foi ao anexo pela primeira vez. Questionado sobre o que estava achando da experiência de hoje, o homem que frequenta a Escola Cyro Accioly desde criança não escondeu a alegria: "Está sendo um dia bem proveitoso. Eu achei o trabalho desse artista maravilhoso. O dia de hoje está sendo de muito aprendizado".
Já quando questionado sobre qual a obra que mais lhe chamou a atenção, não pestanejou: "Que me perdoem os outros, mas eu fico com o gorila!".
A escola para cegos oferta aulas de informática e apoio pedagógico aos deficientes visuais, além de aulas de coral, flauta, teatro e artesanato. Para professores e comunidade, há a disponibilidade de cursos de Leitura e Escrita em Braille e formação continuada para professores interessados em trabalhar com o público com deficiência visual.
As obras de Manoel de Marinheira estão expostas desde o dia 27 de julho. Até aqui, cerca de duas mil pessoas já prestigiaram a exposição. No entanto, a visita de hoje foi especial. Para Hannah Copertino, assessora do espaço, "é uma alegria sem tamanho poder integrar arte e educação, ainda mais quando a pauta da integração também está sendo abordada".
A entrada é gratuita e o espaço está aberto ao público todos os dias.
Fonte: gazetaweb
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