A Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos recebe, nesta quarta-feira (16), às 18h, o lançamento dos romances vencedores do Prêmio Oliveira Silveira, edital nacional, que premiou obras literárias com temática afro-brasileira.
O evento é uma realização da Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas (Secult), e faz parte da programação especial do mês da Consciência Negra.
Serão lançados os livros ‘Água de Barrela’, da jornalista, empresária e pós-graduada em Comunicação Empresarial, Eliane Alves dos Santos Cruz (Rio de Janeiro/RJ); ‘Haussá 1815’, de Júlio César Farias de Andrade (Rio Largo/AL); ‘Sobre as vitórias que a história não conta’, de André Luís Soares (Guarapari/ES); ‘Sina Traçada’, de Maria Custódia Wolney de Oliveira (Brasília/DF); e ‘Sessenta e seis elos’, de Luiz Eduardo de Carvalho (São Paulo/SP).
Romances
Água de Barrela é uma saga, um livro que começa em meados do século XIX, mais precisamente em 1849, quando dois membros de um mesmo clã embarcam escravizados para o Brasil e desembarcam no poderoso recôncavo baiano açucareiro. A história vai atravessando as décadas até os dias atuais, tendo como pano de fundo os momentos históricos do país, testemunhados e vivenciados pelos que nunca tiveram chance de contar suas trajetórias.
Haussá 1815 – Comarca das Alagoas, de Júlio César Farias de Andrade, alagoano de Maceió, servidor público da Universidade Federal de Alagoas, capoeirista angoleiro e mestre de maracatu de baque virado em Alagoas.
Bomani é o protagonista. Homem digno e filho único de uma família que vive do plantio e comércio de An-nil em Kano, Norte da Nigéria. A paz que desfrutavam nas proximidades do deserto do Saara é abalada durante uma jihad, após inúmeros ataques às caravanas chefiadas por Bomani.
Feito prisioneiro, vendido e trabalhando como servo, percorre o país e presencia seus costumes milenares. O cenário muda e Bomani se vê dentro de um tumbeiro rumo ao Brasil. Ao final de uma longa e sofrida viagem, aporta nos arredores da Vila de São Francisco do Penedo, Comarca das Alagoas, Brasil.
Sobre as vitórias que a história não conta, de André Luís Soares, brasiliense e economista. O romance narra a história dos gêmeos africanos Akin e Olakundê que, ainda na infância, são trazidos ao Brasil no começo do século XIX. Aqui, são comprados por um negro de ganho que os cria e os insere na tradição muçulmana, colocando-os no centro das lutas dos escravos malês, os quais sonhavam em tomar a Bahia, para nela construir o primeiro império negro fora da África.
Sina Traçada - De Custódia Wolney, administradora de empresas com especialização em Gestão Cultural e membro da Academia de Letras e Músicas do Brasil. Trata-se de um envolvente romance que aborda a revolução dos malês, ocorrida em Salvador, no ano de 1835. Os malês são africanos adeptos ao islamismo, que se comunicavam em árabe, e que na Bahia lutavam contra a escravidão. Na busca pela liberdade de professarem a própria fé, queriam impor, na Bahia, um governo muçulmano.
Sessenta e seis elos, de Eduardo Carvalho, publicitário e jornalista, editor na área de arte e cultura. O livro conta a história de dois irmãos, filhos de reis congoleses, que são escravizados e levados ao Rio de Janeiro. Um deles é vendido para trabalhar nas minas de Ouro Preto (MG). O outro se junta à tripulação de uma embarcação pirata rumo ao Haiti colonial.
Serviço
Lançamento dos romances vencedores do Prêmio Oliveira Silveira
Data: 16 de novembro, às 18h
Local: Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos
Endereço: Praça Dom Pedro II, S/N - Centro, Maceió - AL
E-mail: redacao@f5alagoas.com.br
Telefone: (82) 99699-6308