A instalação da câmara setorial da cana-de-açúcar pode ser o primeiro grande passo para a harmonização do setor sucroenergético em Alagoas. Atuando como um foro consultivo, a câmara vai poder identificar as oportunidades para as cadeias produtivas e, consequentemente, com a direta participação do governo buscar a retomada do desenvolvimento.
“Ela é uma ferramenta importante de negociação", defendeu o secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura, Álvaro Vasconcelos. Demonstrando toda essa certeza, ele conseguiu apaziguar os ânimos dos fornecedores de cana do Estado que estão apreensivos e sem muitas perspectivas para o início da nova safra.
Os representantes da categoria, que conta com cerca de 7500 associados, afirmam que não suportam mais os efeitos da crise econômica e, sobretudo, o peso da dívida das usinas com os fornecedores que totaliza R$ 250 milhões. " Já passou do limite", desabafou Edgar Antunes Filho, presidente da Asplana.
O diretor técnico da associação, Antônio Rosário, foi categórico "já são três safras acumulando prejuízos e sofrendo com o baque dessa crise". Das 19 usinas em atividade, apenas seis estão efetuando seus pagamentos em dia. O resultado disso é que muitos fornecedores foram forçados a diminuir a produção.
O secretário Álvaro Vasconcelos disse que está atento e fez questão de frisar os esforços do governo. Ele deixou claro que a retomada do desenvolvimento e equilíbrio é uma luta que envolve diversos setores e segmentos. Ainda, segundo o secretário, a instalação da câmara representa um canal aberto de diálogo e negociação.
“O governo assumirá seu papel de moderador nas discussões e o entendimento deverá ser unificado entre todos os outros representantes com direito a uma cadeira na câmara. e, para isso, precisamos da participação efetiva dos usineiros, fornecedores, trabalhadores e até do comércio", ressaltou o secretário.
Nos próximos dias, de acordo com as expectativas do secretário, o governador Renan Filho deverá assinar o decreto de instalação. "Dado esse passo, a gente poderá redesenhar o setor e trazer de volta a geração de emprego e renda para milhares de famílias. Depois de superada essa crise, a gente abre a discussão para outras prioridades do setor como, por exemplo, a equiparação com Pernambuco dos valores do ATR- Açúcares Totais Recuperáveis", finalizou Vasconcelos.
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