A dependência química é uma doença complexa, caracterizada pelo uso compulsivo e recorrente de substâncias psicoativas, como álcool, crack, cocaína e outras drogas. Seus efeitos vão além da saúde física e mental, impactando diretamente os laços familiares, as relações sociais e, muitas vezes, levando o usuário a situações de extrema vulnerabilidade.
O psicólogo especialista em dependência química da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), Júnior Amaranto, explica que a adicção é uma condição multifatorial, que envolve questões genéticas, comportamentais, sociais, econômicas, entre outras.
“A origem pode estar relacionada a uma predisposição genética ou a alterações emocionais, como depressão, ansiedade, baixa autoestima e influência do ambiente. São vários fatores que podem tornar a pessoa vulnerável ao uso dessas substâncias”, explica o especialista.
Considerada um problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde, a dependência química provoca danos muitas vezes irreversíveis à saúde do usuário, incluindo sintomas mais comuns, como taquicardia, convulsões e espasmos musculares, até danos a órgãos nobres como coração, rins, fígado, pulmões e cérebro. “Além disso, existem os danos psíquicos e emocionais, a exemplo de ansiedade, paranoias, desorientação, perda da capacidade intelectual e comportamentos agressivos”, completa Júnior Amaranto.
Em Alagoas, pessoas que buscam vencer o vício em álcool e outras drogas contam com a ajuda da Rede Acolhe, programa para tratamento de dependência química oferecido gratuitamente pelo Governo do Estado. Atualmente, a Rede conta com 22 comunidades terapêuticas acolhedoras que ofertam o total de 750 vagas para tratamento voluntário na capital e no interior. Homens e mulheres, a partir dos 18 anos de idade, podem ingressar no tratamento.
Em 2025, a Rede Acolhe já encaminhou 1.629 pessoas para tratamento em uma das comunidades credenciadas pelo Governo do Estado. No ano passado, o programa ajudou 6.115 pessoas a escrever uma nova história de vida.
Ex-acolhido do programa, Walter da Silva, de 57 anos, é um exemplo exitoso do programa e uma inspiração para quem deseja abandonar o uso de drogas. “O crack trouxe muita degradação para a minha pessoa, pensei até mesmo em dar cabo da minha vida. Na comunidade, eu fui bem recebido, bem alimentado e tive auxílio dos psicólogos e assistentes sociais, que me deram todo o apoio para que hoje eu estivesse 100% recuperado”, comemora.
O secretário de Estado de Prevenção à Violência, Ricardo Dória, ressalta que a ajuda profissional é de suma importância para quem deseja superar a dependência em drogas. “A dependência química pode e deve ser tratada para que a pessoa saia do ciclo de vulnerabilidade e de violência e retorne ao convívio social de forma digna. Nossa missão, enquanto gestão pública, é assegurar a oportunidade de mudança para essas pessoas”, afirmou o titular.
Ricardo Dória destaca ainda a expertise da gestão estadual na oferta de tratamento gratuito para dependência química. “Sob o comando do governador Paulo Dantas, O Governo do Estado desenvolve uma Política Sobre Drogas bem estruturada, que consolidou Alagoas como destino de gestores de outros estados que buscam conhecer o trabalho realizado pela Rede Acolhe. Todos os anos ajudamos milhares de pessoas a vencer a dependência química de forma definitiva”, afirmou o secretário.
Acolhimento
Para busca tratamento em uma das comunidades acolhedoras credenciadas pelo Governo do Estado, o atendimento pode ser feito em um dos Centros de Acolhimento, localizados em Maceió e Arapiraca, ou agendando uma visita das equipes técnicas pelo número 0800.280.9390.
Fonte: Agência Alagoas
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