19/08/2016 08:50:35
Alagoas
Emater e Embrapa estabelecem parceria para transferência de tecnologias
Além disso, serão instaladas Unidades de Referência Tecnológicas (URTs) e foram marcados dias de campo, para demonstração das técnicas usadas nas atividades
Fotos: Divulgação e Vinícius RochaForam definidas estratégias para dinamizar cultura do coco na região
Agência Alagoas

O Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater-AL) iniciou nesta quinta-feira (17) parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Tabuleiro dos Costeiros, que tem sede em Sergipe, para transferência de tecnologia de projetos da cadeia produtiva do coco e de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF).




O início do projeto foi marcado pela reunião de estruturação da parceria, que definiu as estratégias de trabalho. Os técnicos extensionsitas da Emater-AL serão capacitados para serem agentes multiplicadores das duas tecnologias. Além disso, serão instaladas Unidades de Referência Tecnológicas (URTs) e foram marcados dias de campo, para demonstração das técnicas usadas nas atividades.




O diretor-presidente da Emater-AL, Carlos Dias, destaca a parceria como instrumento para fortalecimento das cadeias produtivas. “A Emater vai ser a entidade recebedora e que replicará essa tecnologia. Esperamos prestar um serviço de qualidade, já que há um grande potencial envolvido, tanto para a cadeia do coco, quanto para as transformações que ocorrem no ambiente ao se aplicar a integração lavoura floresta”, salienta.




Segundo Carlos Dias, as duas tecnologias, mas principalmente a ILPF, tem ligação ao Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, trabalhado pela Emater e pela Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri) e que visa à diminuição de poluentes por meio da agricultura.




De acordo com o pesquisador da Embrapa Tabuleiro dos Costeiros, José Henrique Rangel, a proposta de transferência de tecnologia na cadeia produtiva do coco e do ILPF são resultados de pesquisa desenvolvida pela Embrapa ao longo dos últimos anos e se apresenta como um projeto de melhoria de renda, ambiental e social.

 


“São tecnologias semelhantes, que utilizam de controle de praga, controle de doenças, sistema de plantio, preparo de solo e dá uma sobrevivência maior ao coqueiral e sustentabilidade aos ecossistemas. São várias tecnologias dentro de uma só, que precisa de adaptações para diferentes locais, mas que, ao fim do processo, garante aumento de produtividade”, assegura o pesquisador.



Entenda as tecnologias


Integração Pecuária Lavoura Floresta: A ILPF tem como grande objetivo a mudança do sistema de uso da terra, fundamentando-se na integração dos componentes do sistema produtivo, visando atingir patamares cada vez mais elevados de qualidade do produto, qualidade ambiental e competitividade.



A ILPF se apresenta como uma estratégia para maximizar efeitos desejáveis no ambiente, aliando o aumento da produtividade com a conservação de recursos naturais no processo de intensificação de uso das áreas já desmatadas no Brasil.



A ILPF busca integrar sistemas de produção de alimentos, fibras, energia e produtos madeireiros e não madeireiros, realizados na mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotação, para otimizar os ciclos biológicos de plantas e animais, insumos e seus respectivos resíduos.



Cadeia do coco: A cadeia produtiva do coco incluindo os segmentos agrícola e industrial gera receita e renda além de propiciar uma quantidade significativa de empregos. Com uma produção de aproximadamente 2 bilhões de frutos por ano, o Brasil se posiciona como o quarto maior produtor mundial de coco e o primeiro de água de coco, sendo o coqueiro a quarta fruteira perene mais plantada no país com área de aproximadamente 257 mil hectares.



Apesar do interessante panorama mundial e nacional, observa-se nos últimos dez anos uma estagnação da produtividade e da expansão de áreas de cultivo no País, especialmente na região Nordeste. Neste contexto, tem-se como objetivo geral "Identificar e validar demandas, construir e intercambiar conhecimentos e transferir tecnologias já validadas aos diferentes segmentos da cadeia produtiva do coco”.

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