O investimento do Governo do Estado no desenvolvimento da primeira infância foi apontado pelo secretário de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social, Antônio Pinaud, como fundamental para redução dos índices de trabalho infantil registrados em Alagoas.
Nesta quinta-feira (17), o secretário participou da audiência pública realizada pelo Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Jovem Trabalhador em Alagoas (Fetipat-AL), no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Maceió, onde foram debatidos os avanços e as estratégias de efetivação das Ações Estratégicas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Aepeti).
De acordo com Pinaud, a seriedade com que o Governo de Alagoas trata o investimento na infância é essencial não só para o combate ao trabalho infantil, como também na formação de uma geração de alagoanos plenamente desenvolvidos.
“Uma das formas eficientes encontradas pelo Governo de Alagoas para o combate ao trabalho infantil e para trazer mais capacidade para as próximas gerações é o programa da Primeira Infância. Com o olhar para o futuro de Alagoas, o Governo do Estado executa as ações do projeto que tem seu foco na faixa etária entre 0 e 6 anos de idade”, disse o secretário.
“Até os mil dias de vida, na chamada primeiríssima infância, o pleno desenvolvimento do cérebro da criança representa uma janela de oportunidade para o futuro, quando são definidas todas as competências do indivíduo. Isso não acontece sem uma alimentação saudável, estímulos sensoriais e vínculos afetivos fortalecidos. Nosso desafio é garantir que as quase 220 mil crianças alagoanas em situação de pobreza e extrema pobreza de Alagoas tenham as condições de aproveitar essa janela de oportunidade”, afirmou Pinaud.
O jovem José Roberto, que já foi vítima de trabalho infantil, contou que, mesmo aos 22 anos, ainda sente os efeitos negativos que o trabalho infantil causou em sua vida.
“Comecei a trabalhar ajudando meu pai, na obra, aos 12 anos de idade. Na época, eu não entendia a gravidade dessa situação, não percebia que iria me fazer mal. Atualmente, estou com 22 anos, e terminei meus estudos apenas neste ano”, relatou Roberto.
“Além disso, por conta do trabalho que eu assumi quando criança, com um corpo que ainda não era próprio para aquilo, desenvolvi um problema nas costas ainda jovem, e precisarei operar para tentar consertá-lo. Hoje eu percebo que foi algo que me prejudicou muito”, lamentou, ao completar Roberto.
Audiências
A audiência pública de Maceió foi a última de uma sequência de quatro encontros organizados pelas secretarias municipais de Assistência Social e pelo Fetipat-AL, em parceria com a Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social (Seades). Antes dela, foram realizados os encontros nos municípios de Piranhas, no dia 8, Santana do Ipanema, no dia 9, e Arapiraca, no dia 10.
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