Tem circulado nas redes sociais informações falsas sobre o protocolo de tratamento para a Covid-19 na rede privada ser diferente do aplicado na rede de saúde pública de Alagoas.
Amplamente divulgado também em grupos de WhatsApp, o conteúdo compara o número de mortes causadas pelo novo coronavírus em pacientes atendidos em hospitais públicos com a atual situação do Hospital Arthur Ramos, em Maceió, que integra a rede privada e até o momento não registrou nenhum óbito.
“Esses números resultam do tratamento precoce com hidroxicloroquina e azitromicina. Nenhuma morte em 181 casos confirmados. Desses pacientes, 140 não necessitaram de internação. Completamente diferente dos resultados do SUS, que só inicia o tratamento quando o paciente está grave”, diz uma das mensagens.
De fato, o Hospital Arthur Ramos não registrou nenhum óbito por Covid-19 até o momento, no entanto, o médico do Serviço de Controle de Infecções do hospital explica que na unidade de saúde privada é aplicado o mesmo tratamento da rede pública e que ambos os serviços seguem as normas do Ministério da Saúde.
“Não há qualquer diferença. Seguimos as medidas recomendadas pelos órgãos de saúde pública, mais especificamente o Ministério da Saúde”, disse Rodrigo Cruz. Ele explica ainda que o uso da hidroxicloroquina é adotado apenas nos pacientes mais graves. “Nos pacientes que apresentam alteração no sistema respiratório há aplicação de hidroxicloroquina e a necessidade do internamento num leito médio ou na UTI em casos mais graves”.
Referência na área da infectologia em Alagoas e diretora médica do Hospital da Mulher Drª Nise da Silveira, Sarah Dellabianca reforça que a medicina adotada na rede privada segue o mesmo protocolo adotado na rede pública do estado.
“O atendimento é o mesmo. Os casos leves são tratados em casa, os que apresentam uma condição de saúde mais preocupante são internados e recebem o mesmo tratamento e medicamentos, quando necessário. A medicina fala a mesma linguagem, sem distinção. Inclusive, os profissionais que estão na linha de frente foram capacitados por equipes que compõem tanto a rede privada quanto a pública”, disse a médica.
Ainda segundo Dellabianca, não é possível comparar o fluxo de atendimentos da rede privada com o número de atendidos diariamente em hospitais do SUS. “Os casos mais graves na rede privada começaram a surgir agora. Na Unimed, onde eu também trabalho, 90% dos casos são leves. É preciso entender também quantas pessoas têm acesso a algum plano de saúde e quantas são atendidas dia a dia pelo SUS. Não há como comparar isso”, explicou.
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FONTE: AGÊNCIA ALAGOAS
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