Em alusão ao Dia Internacional de Combate à Corrupção - celebrado dia 09 de dezembro-, órgãos como o Ministério Público Estadual (MPE), Tribunal de Contas do Estado (TCE) e a Controladoria-Geral do Estado (CGE), realizam neste domingo (3) o Fórum de Combate à Corrupção em Alagoas (Focco-AL), no Maceió Shopping, localizado no bairro de Mangabeiras. O tema deste ano é "O jeito certo é dizer não", cujo objetivo é o de despertar na população a reflexão sobre os tipos de corrupção encontradas no cotidiano e praticados pelas pessoas comuns.
Segundo a controladora-geral do estado de Alagoas, Maria Clara Bugarim, é necessário criar canais de controle e engajamento entre população e órgãos que trabalham no combate à corrupção, para que tenham um resultado mais efetivo.
"Precisamos conscientizar a população sobre o 'jeitinho brasileiro'. Entendemos que o melhor controle é o preventivo, chegar o mais próximo possível da população para despertar nela a cidadania, a ética, a honestidade, para assim, transformar a sociedade", expõe a controladora-geral.
Para ela, ainda há uma participação pouco efetiva da população nos trabalhos junto à Controladoria, mas relembra que há mecanismos disponíveis para que possa participar do processo de fiscalização, e assim, efetuar denúncias, fazer sugestões, e, de alguma forma, ajudar os órgãos no processo de investigação.
"Hoje tivemos avanços significativos no país referentes à nossa legislação, como na Lei de Acesso à Informação, na lei de proteção ao usuário. A legislação avançou, mas a comunidade precisa despertar para exercer esses direitos", explica Maria Clara, que enfatiza quais ferramentas a sociedade pode usar na prática, tais como, ouvidorias, os Serviços de Informações ao Cidadão (SIC) e os próprios portais da transparência. "São instrumentos importantes que dão poder à população", finaliza.
O coordenador do Focco em Alagoas e membro do MPE, José Carlos Castro, também concorda quanto ao pouco engajamento da população no processo de fiscalização.
"O cidadão precisa consultar e se engajar junto com os órgãos. É ele quem está nos principais pontos, que conhece de perto o problema no posto, na sua rua. Por isso é necessário que haja essa interação para que ele saiba se o seu dinheiro está realmente sendo bem aplicado", diz o coordenador. Ele acredita que a pouca participação ocorre por diversos fatores, dentre eles, medo ou a falta de informação.
Condenações envolvendo corrupção
Questionado sobre o andamento dos processos e denúncias realizados pelo Ministério Público, ele reconhece que, apesar de ter crescido o número de condenações e julgamentos, ainda há "lentidão" e "ineficiência" diante de processos que envolvem corrupção.
"Temos a compreensão do Poder Judiciário, no entanto, muitos desses processos são bem complexos. As tramitações acabam deixando a desejar. Mas continuamos focados neles para transmitir a população a sensação de que não há impunidade", afirma José Carlos Castro.
Atividades
O evento ocorre na Praça da Alimentação 2 do Maceió Shopping, em frente ao cinema. No espaço há ouvidorias do TCE, da CGE e da Secretaria Municipal do Controle Interno (SMCI), onde as pessoas podem fazer denúncias, sugestões, elogios, reclamações e solicitações.
Além disso, há atividades para o público infantil, sempre relacionadas ao tema da corrupção praticadas pela própria população.
A jovem Débora Rayane, de 13 anos, assistia as apresentações com os pais, e acredita que as atividades "conscientizam as crianças desde cedo a não fazer coisas erradas".
Já o pai, Ailton Campos, confessa não utilizar todos os mecanismos de fiscalização. "Acho que a maioria do cidadão não faz essa fiscalização. Só acompanha através da mídia e redes sociais. Por isso é importante sempre lembrar ás pessoas que existe esse tipo de ferramenta e que nem tudo está perdido", complementa.
Fonte: Gazetaweb
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