A advogada Ariadne Wojcik, nomeada para assumir uma vaga no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desapareceu nesta quarta-feira (9), em Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá, após postar uma mensagem no Facebook denunciando um assédio sofrido no ambiente de trabalho. Na postagem, a jovem relata o suposto assédio de um professor durante um estágio em Brasília.
O TJMT informou que a nomeação de Ariadne foi publicada na terça-feira (8). A jovem era aguardada nesta quarta-feira para assinar o termo de posse, mas não compareceu. Segundo o órgão, ela trabalharia no gabinete de um desembargador.
Na internet, Ariadne denuncia um suposto assédio sofrido quando estagiava em um escritório de advocacia em Brasília.
No relato, ela conta que procurou um de seus professores para concorrer a uma vaga de estágio.“Eu achava aquele professor o máximo, extremamente inteligente, detalhista, perspicaz, minucioso, brilhante. Como poderia ser ruim? Até que as coisas começaram a ficar esquisitas”, diz trecho da mensagem.
Segundo a jovem, depois de um tempo ela passou a receber presentes e mensagens pessoais do professor. À época, ela conta que não desconfiou das segundas intenções e que continuou no emprego porque precisava do salário. Até que, segundo ela, a situação ficou mais séria.
“As coisas ficaram muito estranhas quando ele demonstrava que sabia todos os lugares onde eu ia, sabia o teor das minhas conversas, com quem eu falava, sabia as páginas que eu acessava no meu computador pessoal”, contou. Ainda segundo o relato da jovem, o professor passou a monitorar inclusive o horário em que ela chegava em casa.
Foi então que, segundo a mensagem postada por Ariadne, ela deixou o emprego e se mudou de Brasília. Ela conta que passou a procurar emprego em Cuiabá, cidade de origem dela. “Eu achava que aqui, em Cuiabá, no emprego novo, na vida nova, eu estaria a salvo da perseguição dele, mas ele nunca desiste, nunca. Eu estou exausta e não tenho mais forças para tentar me desvencilhar das artimanhas dessa mente doentiamente perversa e egocêntrica. Cheguei no fim da linha”, diz outro da mensagem.
Em Cuiabá, segundo ela, a perseguição continuou acontecendo e ela passou a apresentar sintomas "típicos de uma pessoa que foi "medicada" com remédio prescrito, aqueles medicamentos depressores do sistema nervoso central, sendo que eu não estou tomando nada".
De acordo com Ariadne, o professor já havia feito isso em Brasília para fazer com que ela parecesse desequilibrada.
A jovem finaliza a mensagem com um pedido de socorro: "Peço, por favor, façam alguma coisa, ele não vai se arrepender, ele não vai parar. Alguém faça alguma coisa".
O Corpo de Bombeiros e o Centro Integrado de Operações Aéreas fazem buscas em pontos turísticos de Chapada dos Guimarães à procura de Ariadne. Uma bolsa feminina e sapatos femininos foram encontrados no Mirante, mas ainda não há confirmação de que pertençam à jovem.
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