Belém, capital do Pará, está em fase de preparativos para uma das maiores festas religiosas do País, o Círio de Nazaré. A celebração, que acontece no segundo domingo de outubro (9), presta homenagem a Nossa Senhora de Nazaré. Os festejos, que movimentam a economia e o turismo na cidade, estão em sua 224ª edição.
Esta é a mais tradicional festa do estado e é considerada o “natal do paraense”. Na cidade, as casas e fachadas dos prédios ganham pintura nova para a passagem das procissões, que celebram a padroeira dos paraenses. As comemorações têm início já no aeroporto internacional de Belém, onde os viajantes são recepcionados com apresentações de grupos de carimbó, dança típica do Pará, e recebem ainda um mix de ervas aromáticas típicas da região.
Balanço
O Círio de Nazaré tem uma programação que se estende durante o ano todo, mas se intensifica na semana que antecede o domingo da grande procissão, que chega a reunir mais de dois milhões de fiéis pelas ruas da capital.
De acordo com o sindicato de hotéis, restaurantes, bares e similares do estado do Pará, a taxa de ocupação da rede hoteleira para o Círio 2016 pode chegar a 100%, e a expectativa é de que cerca de 80 mil turistas participem da festa. Em 2015, os cinco maiores emissores de turistas foram o Maranhão (15,7%), Ceará (13,6%), Rio de janeiro (11,6%), Amazonas (9,4%) e Bahia (7,1%).
Festa
É pelas águas da baía do Guajará, no sábado, que acontece um dos momentos mais bonitos da festa. Levada por um navio da Marinha do Brasil, a imagem é transportada em uma cúpula de vidro para facilitar que ribeirinhos e fiéis possam saudar a santa.
O chamado “Círio das Águas” é acompanhado por centenas de barcos, lanchas, balsas e veleiros até a chegada da imagem na Estação das Docas, um dos pontos turísticos da cidade.
Mas é nas primeiras horas do domingo (9), que uma multidão de fiéis e turistas podem sentir o poder da maior festa religiosa do País. A procissão tem início às 7h, depois da tradicional missa que começa às 5h30 da manhã, em frente à Catedral da Sé, na Cidade Velha. De lá, a Imagem da Virgem segue em procissão até chegar a Praça Santuário de Nazaré.
Durante o percurso, é impossível não se emocionar com a fé presente em cada um dos participantes. Nem mesmo o forte calor, típico da região, é capaz de diminuir a disposição dos devotos em acompanharem a imagem da Nossa Senhora de Nazaré pelo percurso de cerca de 3,6 quilômetros. Levada em uma berlinda, a imagem ganha um manto especial a cada edição da festa. Aliás, a berlinda é puxada por um dos maiores símbolos da festa: a corda.
Ano após ano, milhares de fiéis disputam um espaço para chegar perto e tocar na corda do Círio de Nazaré. Conseguir segurá-la durante todo o percurso é considerado um dos maiores atos de fé e devoção à santa. Após o percurso, os devotos disputam também um pedaço do objeto para levar de recordação e como instrumento de fé. No fim da procissão, os paraenses participam do famoso almoço em família e degustam pratos típicos locais como o Pato no Tucupi e a maniçoba.
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