10/04/2020 23:41:34
Brasil
Bolsonaro vai a hospital, farmácia e prédio de Brasília e cumprimenta apoiadores
Ele ouviu gritos de apoio, mas houve pessoas que bateram panela e criticaram o presidente. Pela segunda vez em dois dias, Bolsonaro contrariou orientação de autoridades sanitárias sobre isolamento social.
Foto: Adriano Machado/ReutersBolsonaro passou por uma farmácia em Brasília nesta sexta-feira (10)

O presidente Jair Bolsonaro andou novamente nesta sexta-feira (10) por áreas comerciais e residenciais de Brasília, apesar de orientações das autoridades sanitárias de que a população mantenha o isolamento social, em decorrência da pandemia de coronavírus. O presidente primeiro foi ao Hospital das Forças Armadas (HFA), depois a uma farmácia no setor Sudoeste e, por fim, a um prédio residencial, na mesma região.

 

Na farmácia e no prédio, apoiadores se juntaram para ver o presidente, também contrariando a orientação de se evitarem aglomerações. Bolsonaro pegou na mão de alguns apoiadores. Ele chegou a limpar o nariz e, com o mesmo braço, cumprimentou uma idosa (veja nas imagens abaixo, registradas pelo cinegrafista João Raimundo, da TV Globo).

 

Na rua, houve manifestações de apoio ao presidente, mas também houve pessoas que bateram panelas em suas janelas e gritaram palavras de ordem contra Bolsonaro.

 

Nesta quinta-feira (9), Bolsonaro já havia contrariado o isolamento social. Ele foi a uma padaria de Brasília, abraçou apoiadores (que formaram uma aglomeração em torno dele), e comeu no local. Decreto do governo do Distrito Federal permite o funcionamento de padarias, mas proíbe que seja fornecida a comida para consumo no estabelecimento.

 

No trecho que lista que tipo de lojas podem funcionar no DF durante a crise do coronavírus, o decreto diz: "Padarias e lojas de panificados, apenas para a venda de produtos, sendo vedado o fornecimento de refeições de qualquer tipo para consumo no local".

 

Nesta sexta, na saída da farmácia, Bolsonaro disse que ele tem o direito constitucional de ir e vir.

 

"Eu tenho o direito constitucional de ir e vir. Ninguém vai tolher minha liberdade de ir e vir. Ninguém", afirmou o presidente.

 

 

O Ministério da Saúde, seguindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ressalta diariamente a necessidade de as pessoas ficarem em casa e não saírem a não ser para alguma atividade essencial. A medida é fundamental, de acordo com as autoridades, para desacelerar a contaminação por coronavírus e aliviar o impacto sobre o sistema de saúde. Bolsonaro, por sua vez, defende medidas mais brandas.

 

Jornalistas que acompanharam a saída do presidente pela cidade questionaram Bolsonaro sobre o que ele foi fazer no hospital, mas ele não respondeu.

FONTE: G1

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