A Justiça do Rio de Janeiro determinou nesta terça-feira (25) a prisão preventiva de 30 torcedores do Corinthians suspeitos de envolvimento em uma confusão na reabertura do Maracanã no domingo passado (23). Além dos 30 suspeitos, um torcedor menor de idade será ouvido pelo Juizado de Menores. Os integrantes de torcidas organizadas do time paulista foram detidos após brigarem com policiais militares nas arquibancadas antes do jogo entre Flamengo e Corinthians.
Os suspeitos, que foram autuados, passaram hoje por audiência de custódia, que determinou que eles permaneçam detidos no Complexo de Gericinó (Bangu) até o julgamento. O tribubal destacou que a conversão da prisão em flagrante para preventiva é necessária, já que, como os presos são de outro estado, poderia colocar em risco a instrução criminal.
Segundo o auto de prisão em flagrante, os acusados foram identificados pelos PMs como autores da agressão e também responsáveis por dano ao patrimônio, como deterioração do espaço público. Quinze presos também relataram que foram agredidos pelos policiais, durante a detenção no estádio.
De acordo com o advogado Rafael Faria, que representa três torcedores do clube paulista, as condutas não estão sendo individualizadas e todos os torcedores estão sendo tratados pela Justiça como integrantes de uma mesma organização. O advogado diz que nenhum de seus clientes pertence à Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Cortinhians.
— Nossos clientes são vítimas, porque também foram agredidos na confusão. Eles já estão há dois dias presos no Complexo de Gericinó [Bangu]. Quando você participa de um jogo com torcida única, não se tem muita escolha de onde sentar. Meus clientes estavam no meio dos outros torcedores.
Faria afirmou que deve entrar ainda hoje com um pedido de liberdade com extensão do benefício a todos os torcedores, mesmo aqueles que fazem parte de organizadas. Ele diz que como as condutas não estão sendo individualizadas, o pedido de soltura pode se estender a todos os envolvidos na confusão.
Polícia autuou 42 torcedores
A Polícia Civil chegou a autuar 42 torcedores do Corinthians nesta segunda-feira (23) depois do tumulto na partida válida pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo terminou em empatado em Flamengo 2x2 Corinthians. De acordo com a corporação, 31 são suspeitos de tentar invadir o espaço reservado para a torcida do Flamengo, depredar o estádio e agredir policiais militares antes do início do jogo. Outros 11 foram autuados por promover tumulto.
Na confusão, os policiais conseguiram controlar o tumulto com a ajuda de armas não letais, como sprays de pimenta. Quando a partida terminou, os cerca de 3.000 torcedores do time paulista ficaram retidos na arquibancada do estádio até que fossem analisadas as imagens para identificar os agressores.Após a análise, agentes conduziram 64 pessoas até a Cidade da Polícia, na zona norte. Depois de consulta ao sistema policial, quem não se envolveu na confusão foi liberado.
Corinthians fala em "ação covarde" da PM e polícia condena "excesso" dos torcedores
Ainda na noite de domingo, a diretou do Corinthias se pronunciou, por meio de nota oficial, condenando a atitude da Polícia Militar do Rio de Janeiro de manter os torcedores no setor de visitantes do Maracanã por mais de duas horas após o jogo com o Flamengo com a intenção de identificar os agressores. O clube paulista também denunciou agressão aos torcedores e classificou a ação da PM como "covarde" e "inaceitável".
A PM rebateu a crítica do Corinthians dizendo que o procedimento adotado pela polícia foi correto. O major Sílvio Luiz, comandante do Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios), disse que é praxe manter a torcida do time visitante dentro do estádio quando ocorre escoamento dos torcedores do clube local e que em um jogo com mais de 60 mil pessoas o tempo de espera é maior. Também afirmou que houve "excesso" por parte dos corintianos e chamou o grupo que provocou a confusão de "verdadeira gangue".
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