A Justiça do Rio revogou na noite desta segunda-feira (19) a prisão de Adriana Ferreira de Almeida, mais conhecida como Viúva da Mega-Sena. Ela deve sair na tarde desta terça-feira (20) pela porta da frente do do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio. Ela havia sido condenada a 20 anos de reclusão pela morte do marido, o ex-lavrador Renné Senna, que ficou milionário ao ganhar o principal prêmio da loteria.
A prisão foi revogada pelo juiz Pedro Amorim Gotlib Pilderwasser, titular da 2ª Vara Criminal de Rio Bonito (RJ) após pedido da defesa. Segundo Jackson Rodrigues, advogado de Adriana, o pedido foi aceito porque ela sempre correspondeu aos chamados da Justiça.
— Adriana jamais frustrou a confiança do Judiciário, comparecendo todas as vezes que foi chamada, sem nunca deixar de responder a qualquer questionamento. Como a condenação não é definitiva, comportando recurso, ela merece aguardar o resultado final em liberdade. A tese foi atacada com expedição de alvará a ser cumprido hoje.
Após ficar provisoriamente em uma carceragem em Araruama, no interior do Estado do Rio, Adriana tinha sido transferida nesta segunda para a Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, em Bangu. Ela foi condenada por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e sem chance de defesa à vítima) depois de três dias de julgamento.
Adriana foi acusada pelo Ministério Público de ser a mandante da morte do marido. Dois ex-seguranças de Renné, Anderson Silva de Souza e Ednei Gonçalves Pereira, foram condenados em julho de 2009 como executores do crime. Eles cumprem pena de 18 anos de prisão.
Para responsabilizá-la como mandante do assassinato, a acusação se baseou em conversas telefônicas entre Adriana e Anderson Souza. No dia da morte de Renné Senna, Adriana recebeu oito ligações do ex-segurança do marido. Amputado das duas pernas, por sequelas da diabetes, Renné Senna deixou de ser lavrador e passou a vender doces à beira da estrada, em Rio Bonito. Em 2005 ele ganhou o prêmio milionário ao fazer uma aposta de R$ 1.
Em 2006, ele e Adriana começaram a namorar e logo foram morar juntos. Adriana afastou o então administrador dos bens do marido e assumiu a gerência das contas. A família do ex-lavrador se queixava de que ela afastava Renné dos parentes e amigos.
Segundo as testemunhas, o relacionamento de Renné e Adriana entrou em crise quando ele descobriu que era traído. De acordo com o gerente do banco, Renné manifestou intenção de cancelar a conta conjunta, movimentada por Adriana. A filha do ex-lavrador, Renata Senna, disse ainda que o pai tinha intenção de excluir Adriana do testamento.
Renné foi morto a tiros por dois encapuzados em um bar em Rio Bonito, a 80 quilômetros da capital fluminense, em janeiro de 2007.
Em 2011, Adriana foi julgada pelo Tribunal do Júri e absolvida. O Conselho de Sentença era formado por cinco homens e duas mulheres. O Ministério Público pediu a anulação do julgamento porque houve contato entre jurados, o que é proibido por lei.
E-mail: redacao@f5alagoas.com.br
Telefone: (82) 99699-6308