Uma pessoa morreu na manhã desta segunda-feira (26) durante operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope). A ação acontece dois dias depois da morte de oito pessoas na favela. De acordo com o porta-voz da Polícia Militar, major Ivan Blaz, até o momento um fuzil, modelo 566, foi apreendido pelo Bope na localidade conhecida como 199.
Na manhã de sábado (24), operação policial terminou em confronto e deixou oito mortos. A Polícia Civil identificou sete. De acordo com o major Ivan Blaz, quatro deles tinham antecedentes criminais. Segundo a PM, os policiais do Batalhão de Choque faziam patrulhamento quando foram recebidos por tiros e reagiram. Nos depoimentos na Delegacia de Homicídios, os PMs disseram que faziam combate ao tráfico de drogas.
Parentes contestam essa versão. A família de Matheus da Silva Duarte diz que ele era dançarino de um projeto social. Ele tinha acabado de chegar de uma festa de 15 anos e resolveu dar uma passada no baile funk na sublocalidade da Roupa Suja. Acabou atingido pelas costas.
As armas dos policiais que participaram da operação de sábado foram apreendidas e vão passar por perícia. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, não há indícios de execução.
Na semana passada, um PM e um morador foram baleados e morreram durante tiroteio na favela. O soldado Filipe Santos de Mesquita foi atingido por quatro tiros durante um confronto entre policiais e traficantes, por volta das 20h30. Ele foi levado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, mas morreu logo depois. Na ação, o morador Antonio Ferreira da Silva, conhecido como Marechal, também foi baleado e morreu. Antonio vendia itens usados na localidade do Valão, na Rocinha, quando o confronto começou.
Segundo a polícia, o tiroteio começou quando PMs da UPP Rocinha foram atacados durante patrulhamento pelo Largo do Boiadeiro. O soldado PM Felipe Mesquita foi atingido e socorridos ao Hospital Miguel Couto. Ele não resistiu aos ferimentos. A PM também confirmou que o morador foi baleado na passarela.
O enterro de Marechal aconteceu no sábado e deixou muitos amigos e moradores da comunidade emocionados. No entanto, alguns não puderam comparecer ao enterro no Cemitério do Caju, na Zona Portuária, por causa do tiroteio que deixou oito mortos na região.]
Histórico
Em pouco mais de seis meses, mais de 50 pessoas foram mortas a tiros na Rocinha. A maior parte das vítimas era de criminosos, segundo a Polícia Militar. A comunidade está ocupada desde setembro de 2017. As ações permanentes tiveram início logo após a comunidade ter sido invadida por uma facção rival à que comandava o tráfico local. Desde então, segundo balanço divulgado pela PM, 48 criminosos, dois policiais e uma turista espanhola foram mortos. Onze moradores também ficaram feridos nos confrontos.
O balanço da PM indica ainda que desde o dia 18 de setembro foram presos 105 criminosos e apreendidos 22 menores envolvidos com a criminalidade local. As operações policiais têm como saldo ainda a apreensão de 38 fuzis, três submetralhadoras, seis espingardas calibre 12, 66 pistolas, cinco simulacros de fuzis e três simulacros de pistola além de 69 granadas ou artefatos explosivos diversos. Mais de duas toneladas de drogas foram apreendidas.
Fonte: G1
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