O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou hoje (18) que a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que tomou posse nesta manhã, deve reexaminar processos em andamento, como a denúncia de organização criminosa e obstrução da Justiça contra o presidente Michel Temer. O antecessor de Raquel, Rodrigo Janot, apresentou a denúncia ao STF na última quinta-feira (14).
"Certamente, haverá revisões. Não vou dar opinião sobre isso. Certamente, a procuradora-geral vai fazer uma reanálise de todos os procedimentos que estão à sua disposição, de maneira natural ou provocada, para evitar erros e equívocos que estavam se acumulando", disse o ministro.
Gilmar Mendes, assistiu à posse de Raquel, revelou ter ficado "deveras impressionado" com o discurso da nova procuradora. Segundo o ministro, no discurso, além de assegurar o empenho com agendas como a de defesa dos direitos humanos, Raquel "enfatizou que investigações têm que ser feitas dentro dos devidos marcos legais, do devido processo legal."
O presidente do TSE e ministro do Supremo Tribunal Federal afirmou ainda que considera o mandato de Janot ineficiente. "Eu tenho a impressão de que, ao fim e ao cabo, tivemos muitos tumultos, muitos desacertos. Os episódios últimos, envolvendo a delação da JBS, creio que mostram bem isso, umas certas - vamos chamar assim - trapalhadas, umas certas perplexidades, que resultaram em ineficiência do próprio trabalho da PGR [Procuradoria-Geral da República]", afirmou o ministro.
Congresso
Perguntado sobre a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal decidir sobre a reforma política, Gilmar Mendes disse que a Corte deve analisar a questão da coligação proporcional, caso não avance na Câmara dos Deputados, verificando se há processos sobre o assunto. "A Câmara ainda precisa discutir e aprofundar a questão nos últimos dias que nos restam em relação ao princípio da anualidade, para que nós saiamos um pouco desse quadro de crise, que foi engendrado também pelo modelo institucional anterior", disse.
Para o ministro, o Congresso também tem "sofrido muito em função dessas mazelas engendradas pelo sistema político que aí está". "É um Congresso que tem votado todas as leis e, certamente, temos que esperar que o Congresso atenda a esses apelos da população", concluiu.
Fonte: redação com Agência Brasil
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