Em dezembro deste ano, pelo menos 50% das 17 mil famílias rurais do Amapá que aguardam serem beneficiadas pelo programa "Luz Para Todos” devem estar com fornecimento de energia elétrica 24h em suas casas. O prazo foi reafirmado em audiência pública realizada nesta terça-feira (26), no auditório da Justiça Federal no Amapá.
O mês já havia sido estabelecido em encontro ocorrido em abril, mas, de acordo com o juiz João Bosco, que acompanha o processo desde o início, agora as empresas envolvidas estão preparadas para concretizarem as instalações.
“A previsão é de que até dezembro deste ano essa energia já chegue a pelo menos 50% das famílias e, no primeiro semestre de 2019, para o restante das comunidades. Será um ganho enorme para as populações rurais do estado. Há dois anos demos início a diversas audiências públicas, mas agora as empresas estão comprometidas em começarem as ações”, garantiu o magistrado.
No estado há pelo menos 25 mil famílias que ainda não recebem fornecimento de energia durante 24 horas. O “Luz para Todos” é uma esperança para muitas comunidades do interior do estado, como a do assentamento do Maracá, em Mazagão, onde moram cerca de 2 mil famílias.
Ter a possibilidade de ligar a geladeira por todo o dia e assistir televisão sem se preocupar com a hora que o motor de luz será desligado, é um sonho que o agricultor Nonato Soares aguarda com ansiedade há décadas.
“Tenho a esperança de que a energia vai beneficiar muita gente. Onde moro a agente enfrenta problemas com comida que estraga e calor à noite. Na educação também, porque a luz oscila à noite. Como é a óleo diesel, o motor é ligado às 16h e desligado às 2h da madrugada”, relata o Soares, que é presidente da Associação de Castanheiros do Assentamento Maracá.
Cerca de R$ 250 milhões serão investidos para as instalações das redes de energia, sendo que a responsabilidade da reativação do Luz Para Todos será dividida entre Eletrobras, Governo Federal, Eletronorte e a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA).
Além de Mazagão, moradores de comunidades rurais localizadas em Itaubal, Cutias, Ferreira Gomes, Tartarugalzinho, Porto Grande e Pedra Branca do Amapari, Laranjal do Jari, Vitória do Jari, Santana, Oiapoque, Calçoene, Amapá, Pracuúba e Serra do Navio também aguardam a chegada de energia elétrica em suas casas.
Para o juiz Bosco, a capacidade econômica do homem do campo é prejudicada por causa da falta de energia, situação que deve mudar a partir de dezembro, caso o prazo seja cumprido.
“O homem do campo vai poder produzir mais e melhor, incrementar e aumentar a sua capacidade produtiva e ter acesso aos mesmos bens de consumo que a comunidade urbana tem. Ele vai poder comprar geladeira, televisores, ar-condicionado, liquidificadores, e isso vai aquecer o mercado local”, finalizou.
Fonte: G1
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