Pequena empresa administrada pela terceira geração da família Oltramari, a Cerâmica São Caetano, com sede na pequena Paraí (RS), a 217 quilômetros de Porto Alegre, não parou no tempo. Para bancar investimentos e seguir crescendo, a cerâmica já recorreu quatro vezes ao BNDES Finame, linha de crédito operada pela Caixa Econômica Federal, que financia a compra de bens de capital novos (máquinas, equipamentos, ônibus e caminhões).
No contrato mais recente, fechado seis meses atrás, a gerente administrativa Nelsi Inês Oltramari, neta do fundador, se surpreendeu com a rapidez do processo.
O dinheiro para a compra de uma empilhadeira de R$ 160 mil foi liberado em duas semanas. “Longe de ser uma exceção, a agilidade virou regra na Caixa”, afirma Saulo Mendes Passos Briglia, gerente de Clientes e Negócios do banco na área de Médias Empresas. “Entre o momento que o cliente chega à Caixa até a liberação do empréstimo, o prazo hoje é de 15 a 18 dias.”
Segundo Briglia, para acelerar a contratação de crédito pelo Finame, a Caixa realizou uma série de mudanças. As maiores envolveram centralização dos processos, digitalização de documentos e treinamento de pessoal.
“Como não há mais impressão de documentos dentro da centralizadora, ganhamos tanto no processo quanto em economia de papel”, afirma. “Estamos preparados para o reaquecimento da economia e dos investimentos”, complementa Briglia.
Na opinião do diretor de Banco Corporativo da Caixa, Hermínio Basso, a centralização agilizou os empréstimos, a ponto de o protocolo entre a Caixa e o BNDES passar a ser resolvido em no máximo quatro dias.
“Boa parte das demandas pode ser protocolada, inclusive, em um dia”, destaca Basso. Isso permitiu que o pedido de financiamento que chega à Caixa seja enviado no mesmo dia ao BNDES, e caia mais rápido na conta dos empresários.
“Quanto antes sair o financiamento, mais rápido o empreendedor vai poder fazer o investimento e começar a produzir; aumentando sua produção, seu faturamento e repercutindo no mercado, no reaquecimento da economia”, afirma o diretor.
Como muitas empresas já estão com seu planejamento para 2017 pronto, Hermínio Basso lembra que a linha do Finame tem disponibilidade de recursos para novos investimentos.
Para ter acesso ao crédito, basta procurar qualquer agência da Caixa e solicitar o empréstimo ao gerente que atende às empresas.
Investir para crescer
Apesar do cenário desafiador, a Cerâmica São Caetano manteve o plano de ampliar o negócio, fundado há mais de 60 anos, que emprega hoje 18 funcionários, quatro deles da família.
Pesou para isso as condições especiais oferecidas pelo Finame. “É uma das linhas mais baratas do mercado e ainda há um prazo de carência de um ano”, explica Nelsi Oltramari.
Com faturamento de R$ 150 mil e produção de 350 mil tijolos mensais, a empresa já utilizou o programa para financiar a compra de outra empilhadeira, um carregador de argila e um caminhão.
A nova empilhadeira facilita o manuseio dos tijolos no processo de secagem realizado ao ar livre. Segundo Nelsi Oltramari, os próximos investimentos planejados incluem um forno de queima mais rápida e um caminhão Munck, dotado de braço hidráulico telescópico para facilitar cargas e descargas.
Sobre o Finame
Destinado a empresas de todos os portes, a linha BNDES Finame permite financiar até 90% do valor do bem que a empresa pretende adquirir em condições especiais, como prazo de até 60 meses (cinco anos) e carência que pode chegar a um ano.
Há casos em que o prazo pode chegar a 120 meses (10 anos). As taxas de juros variam conforme a instituição financeira. Na Caixa, elas partem de 3,37% ao ano.
Uma exigência do BNDES é que as máquinas, equipamentos e veículos tenham ao menos 50% de componentes nacionais e sejam credenciados no programa.
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