A dor de ter perdido um irmão que desapareceu aos 14 anos fez o colombiano Daniel Alejandro Martínez García, de 23, crescer com a justiça como lema de vida. Transformou a revolta em entusiasmo para chegar à Universidade Harvard, nos Estados Unidos, uma das mais prestigiadas do mundo.
Se formou em ciências sociais e filosofia no ano passado, e agora, em São Paulo, contemplado por um programa da instituição americana, se prepara para passar um ano na Amazônia. Quer entender os problemas locais ligados às questões ecológicas, econômicas e de narcotráfico e propor soluções que levem justiça social às comunidades.
Daniel nasceu dois anos depois do desaparecimento do irmão. Foram incontáveis as vezes que viu a mãe chorar olhando fotografias do filho que nunca reapareceu. Na comunidade da zona rural onde nasceu, próxima de Medellin, Daniel diz que todo mundo tem uma “história forte com a guerrilha e os paramilitares.”
Aos 13 anos, os pais se separaram e se ele se mudou para Boston, nos Estados Unidos, com o pai, sem saber falar inglês. Aprendeu por conta própria com ajuda de uma irmã. O suficiente para ser aprovado em uma prova que lhe garantiu vaga em uma boa escola pública americana.
Foi lá, na escola chamada John O´Bryant, forte no ensino de matemática e ciências, que vislumbrou novos horizontes com aulas extracurriculares. Se envolveu em projetos de robótica, artes e integrou a ONG Global Potential, que propõe ações de impacto social e desenvolvimento de liderança em diversos países.
Em uma parceria com esta ONG, Daniel passou temporadas fazendo voluntariado em países como Nicarágua, Haiti e República Dominicana. Descobriu aí novas paixões.
“Já tinha uma relação com tema justiça, mas até então pensava em estudar química, física ou matemática. Na Nicarágua, por exemplo, vi que eles tinham muitos problemas com a violência, como a Colômbia. Encontrei um amor pela América Latina e a minha missão com a justiça foi politizada”, diz.
Fonte: G1
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