27/09/2021 14:05:01
Educação
Educação de Alagoas reforça compromisso com a inclusão social
Centros especializados e professores capacitados para atuar na educação especial estão entre as estratégias adotadas pela Seduc
Foto: Thiago Ataide

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) tem empreendido esforços para garantir um aprendizado de qualidade aos 185 alunos com surdez ou dificuldades auditivas matriculados em Alagoas.

"Incluir significa dizer que todo mundo deve estar na sociedade, sem exceção. No sistema educacional da rede estadual, seguimos todas as diretrizes que estão relacionadas à educação especial, garantindo que os alunos especiais consigam ter acesso a meios que possam atender a suas necessidades, pois educar não é apenas ensinar, e, sim, dar condições para o aprendizado ser completo dentro de cada limitação”, explica a supervisora da Educação Especial da Seduc, Jedalva Santos.

 

A Educação é um direito de todos, seja qual for a condição da pessoa. É com esse objetivo de atender os deficientes auditivos que o Centro de Atendimento a Pessoas com Surdez de Alagoas (CAS) da Rede Estadual, localizado na Jatiúca, atua há 15 anos dando o suporte necessário a esse público, que atualmente chega a um número de 350 beneficiados.

 

“O CAS funciona como um suporte não só aos surdos, mas também à comunidade. Aqui oferecemos treinamento, formações a profissionais, família e aos próprios alunos. Agimos de forma ampla, preparando os deficientes auditivos para o mercado de trabalho, e para que ele consiga se comunicar com a sociedade.”, explica Flávia Barboza, gestora do centro.

 

Um dos beneficiados pelo serviço do CAS é o Luiz Arthur, que tem 20 anos e frequenta a unidade há sete. Um pouco tímido, ele explicou o quanto o Centro o beneficia e contou que sua aula favorita é o laboratório de linguagens com a professora Andreza.

 

A avó do Luiz, Teresinha de Lima, diz que o aprendizado das libras acontece em conjunto, e que a família também faz parte do processo de evolução. “Aprendemos juntos. É um conhecimento mútuo. Ele aprende e eu aprendo para me comunicar com ele. Aqui eu tenho um apoio muito bom e sei que o Luiz está evoluindo bem. Ele escreve e se comunica bastante. Sei que ele vai longe”, comemora.

 

Além do CAS, a rede estadual de ensino também conta com unidades que abrigam alunos com surdez ou dificuldade auditiva, a exemplo da Escola Estadual Tavares Bastos, também na capital. “Os intérpretes no ensino remoto acompanhavam as aulas ao vivo com o professor e depois faziam vídeos explicando os laboratórios para os alunos. Também temos auxiliar de sala e professoras na sala de recursos que fazem esse acompanhamento virtual para garantir que o aluno tenha todo o suporte necessário nas aulas.”, explica Sileide Peres, diretora da escola.

 

 

DEBATE CONSCIENTE

 

Por meio da intérprete Claudia Nascimento, os instrutores de Libras do CAS, Dianele Borba e Arnaldo Nascimento, que são surdos, falaram da importância de debater o dia do surdo. Para estes, a inclusão social não é apenas um direito, mas uma obrigação.

 

“O dia do surdo é todo dia. Lutamos todos os dias pelo espaço, para mostrar às pessoas que somos todos iguais. Comemorar essa data é uma vitória, é um marco histórico, mas não o fim de uma luta e sim a persistência. Precisamos falar e praticar a inclusão, a sociedade precisa nos ver também”, explica a intérprete, dando voz ao Arnaldo e Dianele.

 

CONCURSO PÚBLICO

 

Previsto para acontecer em outubro próximo, o concurso da Educação, o maior da história e pioneiro na inclusão de professores surdos, prevê 59 vagas, divididas entre intérpretes e instrutores. Esses números devem fazer a diferença no acesso à educação especial de Alagoas.

 

“Alagoas será um dos poucos estados do Brasil a ter professores atuando no Atendimento Educacional Especializado (AEE) em todas as escolas da rede estadual. Essa é uma conquista e uma mudança de paradigma muito grande. Vamos contratar, por meio de concurso, quase 400 professores especializados nesta área para ajudar não só no melhor desenvolvimento do estudante da educação especial, mas também do colega que convive com ele e que precisa conhecer desde cedo a diversidade. Isso é importantíssimo para a formação de todos os nossos alunos”, destaca o secretário da Educação, Rafael Brito.

 

 

Fonte: Ascom 

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