O ator Bruno Gagliasso chegou por volta das 10h15 desta quarta-feira (16), na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio, para registrar queixa por comentários racistas contra a filha Titi, de 2 anos. Os comentários preconceituosos foram escritos em uma foto publicada pela atriz Giovanna Ewbank, mulher do ator e mãe da menina, em seu perfil em uma rede social. A menina foi adotada pelo casal este ano.
"Eu acho que, não só pra minha filha, mas pra qualquer outro caso. Isso é muito sério. Isso é crime. Eu acho que quem fez tem que pagar, não adianta. Os responsáveis vão ser punidos", afirmou o ator.
O ator e a repórter do "Vídeo Show" foram ao Malaui, no Sul da África, no ano passado para apoiar uma ONG que envia donativos para crianças carentes da qual Giovanna veio a se tornar embaixatriz. Na ocasião, eles deram entrada no processo de adoção e neste ano receberam a permissão para adotar a criança.
Segundo a delegada Daniela Terra, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), dois suspeitos foram identificados, que podem responder por injúria por preconceito, que é injúria qualificada, e pelo crime de racismo, tendo pena de reclusão de 1 a 4 anos.
"Esses criminosos serão identificados. Eles se utilizam da internet como um subterfúgio, acreditando que estão passando despercebidos por estarem fazendo uso da rede social, mas não estão. Não adianta apagar o perfil, não adianta apagar o comentário, não adianta usar subterfúgios para mascarar a conexão, porque a Polícia Civil tem tecnologia suficiente pra identificar esses criminosos que serão inidividualizados e punidos ao rigor da lei", explicou a delegada.
Ainda segundo a delegada, existe um grupo na internet, identificado como 'haters', que usa as redes sociais para propagar o ódio. "Em muitos casos, nós temos os chamados 'haters', que são pessoas que disseminam esse tipo de ódio na internet. Eles acreditam que, por estarem usando a internet, estariam passando despercebidos, mas não é o caso", disse a delegada Daniela Terra.
De acordo com o ator, o mais importante é que o responsável seja identificado e punido. "Acho que se eu posso fazer alguma coisa eu vou fazer, por isso estou aqui. O mais importante é que ache e prenda se tiver que prender. Ela não entende nada disso,mas mais tarde vai entender e é por isso que a gente está aqui".
Para Bruno, o fato de procurar a polícia para fazer a denúncia pode servir de exemplo para outras pessoas. "É chato, né. Eu acho que eu nunca vou sentir, realmente, o que sentiu a Preta [Gil], a Tais [Araújo], mas como ser humano e como pai, eu fico muito triste. Por isso que eu estou aqui cobrando e pedindo justiça, para as pessoas aprenderem e pra servir de exemplo pra todo mundo. Isso não pode acontecer. É muito feio", lamentou o ator.
Neste domingo (12), Bruno participou como jurado do quadro "Dança dos Famosos", noDomingão do Faustão e comentou o assunto. "Minha filha tem algo que esses caras não têm: amor. Em relação ao preconceito, a gente tem que ser intolerante. Eu fiz o que eu tinha que fazer. Agora cabe à polícia", afirmou ele. Bruno e Giovanna conheceram Titi em uma viagem à África que fizeram pelo programa.
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