Pelo menos 51 pessoas morreram em um atentado suicida durante um casamento no sudeste da Turquia e que, de acordo com o presidente Recep Tayyip Erdogan, que atribuiu a ação ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Além disso, segundo Erdogan, o atentado seria obra de um camicase com idade variando entre 12 e 14 anos, que se explodiu ou usava um cinturão de explosivos detonados à distância.
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Falando à imprensa em Istambul, o presidente deu um balanço de 51 mortos e repetiu a suspeita de que o grupo Estado Islâmico (EI) está por trás do atentado cometido durante um casamento.
No local do ataque foram encontrados pedaços de um colete de explosivos, informou a promotoria, confirmando a tese de um atentado suicida na cidade de Gaziantep, perto da fronteira com a Síria.
"O número de pessoas mortas neste ataque terrorista é agora 51", anunciou o governador da província, Ali Yerlikaya.
Este é o ataque mais sangrento na Turquia, palco há um ano de uma onda de atentados atribuídos ao EI ou aos rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), especialmente em Ancara e Istambul.
O ataque foi cometido na noite de sábado durante um casamento com a presença de muitos curdos e também causou uma centena de feridos.
Em um comunicado, o presidente Erdogan afirmou neste domingo que não vê "qualquer diferença" entre o pregador no exílio Fethullah Gulen, o qual acusa de planejar a tentativa de golpe de 15 de julho, os rebeldes do PKK e o grupo Estado Islâmico, "provável autor do ataque em Gaziantep".
"Nosso país, nossa nação, só pode reiterar uma mensagem para aqueles que nos atacam: Eles vão fracassar", escreveu o presidente.
Uma autoridade turca afirmou que o "casamento era realizado ao ar livre" em um bairro de Gaziantep com grande concentração de curdos, reforçando a pista jihadista.
A noiva e o noivo sobreviveram ao massacre. A noiva Besna Akdogan ficou muito abalada e desmaiou várias vezes. "Eles transformaram o meu casamento em um banho de sangue", disse ela à agência de notícias Anatolia. Ela ficou levemente ferida e recebeu alta neste domingo.
A agência Dogan afirma que um homem-bomba se misturou aos convidados, entre os quais muitas mulheres e crianças, e detonou a carga explosiva.
As forças de segurança procuram duas pessoas que o acompanhavam e que fugiram após o ataque.
Testemunhas descreveram uma cena de terror. "Quando chegamos havia tantos mortos, uma dúzia de" corpos com a "cabeça, braço ou mão espalhados pelo chão", relatou um homem.
"Olhem, foram peças de ferro que entraram nos corpos de nossos parentes, isso os mataram, não há mais nada a dizer", disse outro.
Gulser Ates, uma ferida, contou ao jornal Hurriyet que o ataque ocorreu quando a festa terminava.
"Nós estávamos sentados em cadeiras, eu estava conversando com um vizinho. Ele morreu na minha frente. Se ele não tivesse caido sobre mim, eu teria morrido", afirmou ela.
Caixões em fileiras
O partido pró-curdo HDP condenou o ataque e disse que "muitos curdos foram mortos".
Erdogan também considerou que os autores do ataque tentam semear a divisão entre os diferentes grupos étnicos que vivem na Turquia.
Muitos extremistas percebem os curdos como os seus piores inimigos. Na vizinha Síria, as milícias curdas enfrentam ferozmente o EI, e são consideradas pelo Ocidente como as mais eficazes na luta contra os radicais islâmicos.
Em Gaziantep, os homens oravam ante os caixões em linha e muitas famílias consultavam a lista de vítimas transportadas para o necrotério.
O sudeste e leste da Turquia foram alvo esta semana de três ataques que deixaram 14 mortos. O governo responsabilizou o PKK curdo. A guerrilha curda, depois de uma relativa calma após o golpe de Estado de 15 de julho, parece ter retomado sua campanha de ataques contra forças de segurança turcas.
Gaziantep tornou-se um ponto de passagem de muitos refugiados sírios que fogem da guerra civil iniciada há cinco anos e meio.
Mas, além dos refugiados e militantes de oposição, a região é ocupada por um número significativo de extremistas.
A explosão de Gaziantep ocorreu no mesmo dia em que o primeiro-ministro Binali Yildirim anunciou que a Turquia teria um papel "mais ativo" na resolução da crise na Síria para "parar o derramamento de sangue".
O ataque de sábado provocou numerosas reações. O embaixador dos Estados Unidos John Bass condenou a ação e acrescentou: "Somos solidários com a Turquia, nossa aliada, e estamos empenhados em continuar a trabalhar em conjunto para derrotar a ameaça terrorista".
O presidente russo, Vladimir Putin, denunciou a "crueldade e cinismo" do ataque.
"Rezamos pelas vítimas, mortos e feridos, e pedimos paz para todos", proclamou no Vaticano o papa Francisco.
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