Pela primeira vez, desde o acirramento das tensões na península da Coreia, a China afirmou ter notado uma maior disposição ao diálogo por parte dos Estados Unidos para tentar solucionar o conflito com a Coreia do Norte. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Gen Shuang, afirmou hoje (27), em uma conferência de imprensa, que o governo da China tem observado que os EUA sinalizam para a possibilidade de uma resolução pacífica do impasse.
“Queremos parabenizar os Estados Unidos [...], porque temos observado que altos funcionários do governo americano apresentam mensagens positivas e com um tom favorável à resolução pacífica”, afirmou. E acrescentou: “Esperamos e acreditamos que todas as partes envolvidas tenham notado esta diferença [...]. O diálogo é o único meio correto para resolver o problema na Península”, disse Shuang.
Diplomatas e altos representantes dos EUA, Coreia do Sul e Japão têm se reunido em Seul na tentativa de encontrar uma saída pacífica e diplomática para a questão. Diplomatas americanos envolvidos na articulação disseram a agências de notícias internacionais na capital sul-coreana que Washington tenta, paralelamente, três frentes: diplomática, econômica e militar.
A mensagem da China foi a primeira declaração um pouco mais otimista desde o início da escalada de agressões entre os Estados Unidos e a China. O país asiático demostrou irritação após a visita do vice-presidente Mike Pence, que deixou a Ásia na semana passada com um discurso que refletia, naquele momento, uma indisposição do governo americano de dialogar. “Não temos o que negociar. Só queremos ouvir que a Coreia do Norte abandonou seu programa nuclear”, comentou Pence.
Sanções
Também nessa quinta-feira, após reunir 100 senadores e a alta cúpula Executiva, a Casa Branca disse em um comunicado que estava estudando “sanções sobre a Coreia do Norte”, mas não afirmou categoricamente que o faria. Já há sanções econômicas dos EUA contra a Coreia, uma vez que o comércio geral está proibido com o país asiático. Mas Washington tem outras opções punitivas. O governo Trump, poderia, por exemplo, inserir o país na lista de “países terroristas”.
Amanhã (28), o Conselho de Segurança da ONU terá uma reunião extraordinária presidida pelo secretário de Estado americano, Rex Tillerson, para discutir a tensão na península.
Do ponto de vista militar, os exercícios coordenados pelos Estados Unidos e aliados (Japão e Coreia do Sul) na região, continuam. Além disso, segundo o Pentágono, o sistema de defesas antimísseis que os EUA estão instalando na Coreia do Sul, deverá ficar pronto nos próximos dias.
Na madrugada de hoje, foram realizados testes pelo Exército americano com um míssil intercontinental de longo alcance, que foi lançado na área de testes das Ilhas Marshall, no Oceano Pacífico. Antes de atingir a meta, o míssil percorreu 6.800 quilômetros.
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