13/11/2018 09:13:40
Mundo
Gravação poderia indicar ligação de príncipe saudita à morte de Khashoggi
Segundo matéria do 'NY Times', um dos 15 acusados pela morte do jornalista teria pedido para 'avisar ao chefe' sobre crime em suposto telefonema para assessor do príncipe. Saudita Jamal Khashoggi foi morto dentro do consulado de seu país em Istambul.
Foto: SPA/AFP

Uma gravação ligada ao assassinato do jornalista Jamal Khashoggi está sendo vista como uma indicação de que o príncipe saudita Mohammed Bin Salman teria envolvimento direto no caso, de acordo com matéria desta segunda-feira (12) do “New York Times”.

 

Três pessoas que ouviram o conteúdo da gravação, coletada pela inteligência turca, disseram ao jornal que ela contém a voz de Abdulaziz Mutreb, um dos 15 acusados pela morte, conversando com um superior por telefone, pedindo a este que “avise ao seu chefe” que o trabalho havia sido feito.

 

Mutreb é um agente de segurança que viajava com frequência para acompanhar o príncipe Mohammed, ainda conforme o “NY Times”. E, segundo a inteligência turca, o telefonema gravado teria sido feito para um dos assessores do príncipe.

 

No entanto, o jornal também deixa claro que o nome de Mohammed Bin Salman não é citado em nenhum momento, e diz que Mutreb poderia estar mal informado sobre a origem da ordem.

 

Consulado


O jornalista saudita Jamal Khashoggi - um forte crítico do governo de Riad que morava nos EUA e colaborava com o jornal "Washington Post" - foi morto dentro do consulado de seu país em Istambul, quando foi ao local para buscar um documento. Inicialmente, Riad anunciou que Khashoggi havia deixado o local pouco depois de entrar.

 


Depois, o governo saudita afirmou que ele morreu durante uma briga e, mais tarde, finalmente reconheceu que o ato foi uma "operação não autorizada" pelo regime saudita, negando qualquer envolvimento do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.

 

No sábado, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan disse que seu país compartilhou gravações do assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi com Arábia Saudita, Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha.

 

"Demos os registros. Eles estão escutados as conversas. Eles sabem, com certeza, quem é ou quem são os assassinos", disse Erdogan, sem dar mais detalhes.

 

Segundo informações divulgadas anteriormente pela imprensa turca e americana, as autoridades da Turquia recuperaram uma gravação de áudio que mostraria como Khashoggi foi interrogado, agredido e morto no consulado.

 

O arquivo de áudio teria sido gravado pelo Apple Watch de Khashoggi e recuperado pelo seu iPhone, que tinha ficado com a sua namorada fora do consulado, e pela sua conta no iCloud.

 

 

Fonte: G1

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