A principal autoridade de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta sexta-feira (21) que o cerco e bombardeios no leste da cidade síria de Aleppo são "crimes de proporções históricas" que causaram grande número de mortes de civis, vistos como crimes de guerra.
Zeid Ra'ad al Hussein, em discurso por vídeo ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, pediu mais uma vez às grandes potências para colocarem de lado suas diferenças e encaminharem a situação na Síria ao procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI).
O brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da comissão de inquérito da ONU sobre a Síria, disse que o painel irá continuar documentando crimes de guerra em Aleppo e apelou ao governo do presidente Bashar al-Assad para providenciar informações sobre violações.
500 mortes
Os bombardeios da Rússia e do governo sírio em Aleppo, que duraram quase um mês, deixaram quase 500 mortos e tiveram consequências terríveis - disse na quinta-feira (20) o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
"O conflito continua atingindo novos e terríveis baixos", afirmou Ban, em uma reunião especial da Assembleia Geral convocada a pedido de 72 países, uma iniciativa liderada pelo Canadá.
Os bombardeios aéreos da zona leste de Aleppo, iniciados em 22 de setembro, foram os mais intensos durante os cinco anos de guerra, afirmou Ban.
"Os resultados foram horríveis", com quase 500 mortos e 2.000 feridos, disse o chefe da ONU, acrescentando que mais de 25% de todos os mortos eram crianças.
Ban advertiu que nenhum comboio da ONU com ajuda humanitária consegue entrar em Aleppo desde 7 de julho e que as rações de comida vão-se esgotar no final de outubro. Ele também condenou que a fome seja usada como arma de guerra.
A reunião da Assembleia Geral foi convocada depois que o Conselho de Segurança não conseguiu acabar com os bombardeios aéreos de Aleppo e reavivar os esforços pela paz.
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