O papa Francisco pediu nesta sexta-feira (11) perdão em nome de todos os católicos que olham para o outro lado quando veem pobres ou situações de pobreza, ao se dirigir a milhares de pessoas sem-teto ou em situações de precariedade que chegaram a Roma para assistir a um dos atos finais do Jubileu da Misericórdia.
Francisco, que instituiu 2016 como o Ano Santo para que os católicos se dedicassem e refletissem sobre as obras de caridade, encerrou o Jubileu, que termina oficialmente em 20 de novembro, com um ato dedicado aos marginalizados e excluídos. O encontro serviu para o papa pedir perdão em seu nome e no de todos os católicos que não souberam abrir seus corações.
"Peço perdão se disse coisas que ofenderam ou se não disse coisas que teria que ter dito", afirmou em seu discurso improvisado perante as milhares de pessoas amparadas por associações humanitárias que se reuniram na Sala Paulo VI, no Vaticano.
"Peço perdão em nome dos cristãos que não leem o evangelho e encontram a pobreza no centro deles. Peço perdão em nome dos cristãos que perante um pobre ou uma situação de pobreza olham para o outro lado", disse.
Depois de ouvir alguns testemunhos, Francisco fez um discurso breve e dedicou mais de uma hora a cumprimentar os que foram à cerimônia. Rodeado de um grupo deles, procedentes de vários países, o papa rezou um Pai Nosso no final da audiência.
Francisco retomou um pedido que fez no início de seu pontificado: que "os católicos formem uma Igreja pobre e para os pobres" e acrescentou que todas as religiões têm que colocar "os pobres na mensagem de Deus".
Ele destacou "a dignidade" das pessoas que sabem "encontrar beleza nas coisas mais tristes e mais sofridas", mas lembrou que ninguém deve se submeter a dominação ou a exploração.
O papa ressaltou que a solidariedade "é um dos frutos dados pela pobreza", pois "a pobreza o torna solidário e faz com que estenda a mão a quem esta pior". "Mostrem solidariedade ao mundo", clamou.
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