O Partido Pirata, legenda anti-establishment da Islândia, está em uma disputa acirrada para se tornar o maior partido do Parlamento na eleição de sábado, convocada após o primeiro-ministro islandês renunciar em resultado do escândalo dos Panama Papers.
As pesquisas de opinião mostram o partido em um segundo lugar bem perto do Partido da Independência, atualmente parceiro menor da coalizão de governo.
A legenda -- fundada menos de quatro anos atrás como movimento de protesto contra leis globais de direitos autorais, e cuja campanha eleitoral é em parte custeada por um financiamento coletivo -- tem 21% das intenções de voto, segundo uma pesquisa do jornal Morgunbladid publicada nesta sexta-feira (28). O Partido da Independência aparece com 22,5%.
O Partido Progressivo, parceiro majoritário da coalizão governista, só teria 10% das intenções de voto. A legenda foi duramente afetada pela renúncia do premiê Sigmundur David Gunnlaugsson em abril, quando documentos vazados de uma firma de advocacia panamenha o ligaram a uma empresa offshore que detinha milhões de dólares de dívidas de bancos islandeses falidos.
Outras pesquisas recentes revelam um padrão similar, e algumas dão uma vantagem maior ao Independência. Outra sondagem da empresa de pesquisa MMR divulgada nesta sexta-feira mostrou o Independência com 25% de apoio, e os Piratas com 20,5%.
Onda de revolta
Os Piratas vêm capitalizando uma onda de revolta contra o establishment em um país que foi dos mais atingidos pela crise financeira de 2008, quando seu sistema bancário desmoronou, atingindo milhares de poupadores.
Os Piratas querem, entre outras coisas, dar asilo ao delator norte-americano Edward Snowden, aceitar a moeda virtual bitcoin e acabar com a corrupção.
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