O presidente da Câmara dos Representantes, Paul D. Ryan, integrante do Partido Republicano, fez ontem (10) um duro ataque à candidatura de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos. Ele disse, numa teleconferência de parlamentares republicanos, que não voltará a fazer campanha em favor de Trump. Afirmou que, em vez disso, vai se dedicar a manter o atual domínio do partido no Congresso para evitar que, nas próximas eleições, a candidata Hillary Clinton, se eleita, obtenha também a maioria democrata na Câmara e no Senado.
A Câmara dos Representantes equivale à Câmara dos Deputados do Brasil. A declaração de Paul Ryan, que foi confirmada por vários parlamentares que participaram da teleconferência, deverá aprofundar a divisão do Partido Republicano.
Vídeo comprometedor
Quarenta deputados e senadores republicanos anunciaram que não iriam mais apoiar Donald Trump desde foi divulgado, na sexta-feira passado, pelo jornal The Washington Post, um vídeo, datado de 2005, em que Trump faz referência às mulheres usando palavras vulgares. No vídeo, ele se gaba de ser um conquistador de mulheres, diz que as mulheres são facilmente seduzidas por celebridades e usa uma palavra vulgar para se referir ao órgão sexual feminino. Cerca de 30 parlamentares pediram também que Trump desista de ser candidato e ceda o lugar a outro republicano.
Segundo parlamentares que participaram da teleconferência, Paul Ryan disse que não iria usar sua energia para fazer campanha para Trump porque precisa dela para evitar que Hillary Clinton obtenha um "cheque em branco" e governe o país com um Congresso controlado pelos democratas. Com isso, Paul Ryan praticamente admitiu a derrota de Donald Trump. No entanto, Paul Ryan não disse que deixaria de apoiar Donald Trump.
A declaração de Ryan foi respondida pela campanha de Trump. Em mensagem publicada no Twitter, a campanha de Trump afirmou que Ryan, que é o terceiro nome na linha sucessória para a presidência dos Estados Unidos, "deveria passar mais tempo discutindo como equilibrar o orçamento, aumentar a oferta de emprego e debater como combater a imigração ilegal em vez de desperdiçar seu tempo na luta contra o candidato republicano."
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