Após cerca de um mês de investigação, a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) tornou pública, em entrevista à imprensa na manhã desta sexta-feira (23), a conclusão do inquérito policial que investigou a morte do professor e candidato a vereador por Teotônio Vilela, David Silva Leandro, de 29 anos, executado no dia 22 do mês passado.
Os esclarecimentos foram repassados pelo secretário Lima Júnior e pelo delegado responsável pelo caso, Guilherme Iusten. Conforme o inquérito, David havia terminado de estacionar sua moto no Conjunto Parque do Futuro III, próximo ao Centro de Teotônio Vilela, no interior de Alagoas, quando foi alvejado por quatro disparos de arma de fogo na cabeça.
Inicialmente, foi levantada a hipótese de que o professor teria sido executado por motivações políticas. Contudo, a Polícia Civil constatou que o crime foi praticado em razão de dívida que a vítima tinha com o chefe do tráfico em Teotônio Vilela, Amaro José da Silva Júnior, conhecido como ‘Biro Biro’, de 19 anos. O acusado foi preso no dia 31 de agosto, em Maceió.
Conforme o inquérito, ‘Biro Biro’ designou um dos integrantes de sua gangue, o adolescente D.F.S, de 17 anos, para executar a vítima. O adolescente foi preso nessa segunda-feira (19).
Em ligação telefônica interceptada pela polícia, com autorização da Justiça, ‘Biro Biro’ e o menor falam claramente a respeito do crime.
Em depoimento à polícia, o mandante nega envolvimento no fato. O executor, no entanto, assume a autoria dos disparos e tenta retirar a culpa do autor intelectual.
De acordo com o delegado Guilherme Iusten, ‘Biro Biro’ assumiu o comércio de entorpecentes no município de Teotônio Vilela após a morte de ‘Pardal’, outro chefe do tráfico na cidade.
“Pelas investigações, a polícia conclui que a existência do comércio de drogas no município, com a participação dos acusados, aterrorizava a população, inclusive porque o grupo executava pessoas que ficavam devendo, como foi o caso do professor”, relatou Iusten.
Terceiro envolvido
A trama criminosa contou ainda com a participação de Antônio Pedro dos Santos, de alcunha ‘Tonho do Bode’, 22 anos, que faleceu, na quinta-feira da semana passada (15), após troca de tiros com policiais militares em Penedo.
Os agentes da Segurança Pública foram ao município cumprir mandado de prisão contra o acusado, mas foram recebidos a tiros. 'Tonho do Bode' deu apoio logístico na ação criminosa.
Transformação social
Na coletiva, o chefe da Segurança Pública alagoana, Lima Júnior, refletiu sobre o envolvimento de menores no crime. “As apresentações mostram, claramente, um número crescente de menores envolvidos em crimes, principalmente contra a vida. E o que fortalece a intenção de matar por parte desses adolescentes é a certeza da impunidade”, afirmou.
O secretário sugeriu ainda que a transformação do atual cenário exige intervenção política e social. “Já passou da hora dos nossos representantes políticos trabalharem com o apoio da sociedade para mudar essa situação. O menor deve ser punido pelo que cometeu, e isso servirá de efeito pedagógico para os demais. O que não pode é o menor praticar um crime hoje e amanhã ser solto para fazer o mesmo”, declarou.
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