O Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal) vai solicitar ainda nesta segunda-feira (26) cópia do inquérito instaurado pela Polícia Federal (PF) que investiga o esquema criminoso que desviou cerca de R$ 30 milhões do Sistema Único de Saúde (SUS) em Alagoas e que dava falsos diagnósticos de glaucomas aos pacientes. O colegiado pretende instaurar uma sindicância que pode culminar na cassação do registro dos médicos alvos da apuração.
O presidente do Cremal, Fernando Pedrosa, explicou que o primeiro passo na investigação interna seria buscar as informações já coletadas pela Polícia Federal, que tem competência para analisar dados pessoais com mais profundidade. Em seguida, a pretensão é ouvir os profissionais para que eles se expliquem acerca das denúncias.
Paralelo a isso, as supostas vítimas também podem procurar o conselho e formular uma representação. Os dados fornecidos pelos usuários serão utilizados para substanciar a investigação em curso, conforme explica o presidente.
"Sem as informações colhidas até agora pela Polícia Federal, já anunciadas e repercutidas pela imprensa local e nacional, ficará difícil para o Cremal avançar na investigação da conduta dos médicos. Os dados são de fundamental importância", esclareceu Pedrosa. Ele informa que uma eventual condenação pode ensejar numa simples advertência até uma cassação do registro profissional.
O presidente do Cremal não quis se pronunciar acerca das denúncias reveladas pela Superintendência da PF em Alagoas acerca do referido esquema. Segundo ele, é prematuro tocar no assunto antes da investigação por parte do colegiado.
Fantástico
Este assunto voltou à tona nesse domingo (25), à noite, numa reportagem especial exibida no programa Fantástico, da TV Globo.
O golpe consistia no diagnóstico errado de casos de glaucoma ou na prescrição de medicamentos mais caros. Segundo a polícia, os pacientes assinavam fichas em branco quando iam receber colírios, o que facilitava a ação dos criminosos.
De acordo com a investigação, os fraudadores não assinalavam qual colírio estava sendo fornecido e entregavam medicamentos mais baratos. Entre os suspeitos está o médico André Born, ex-secretário adjunto da Saúde em Maceió, que já ocupou no Ministério da Saúde. Ele chegou a ficar preso, mas ganhou a liberdade depois.
Na reportagem, a repórter Thaise Cavalcante entrevista pacientes que não apresentavam a doença, mas que fizeram uso de colírios após o diagnóstico errado do glaucoma. O superintendente da Polícia Federal em Alagoas, delegado Bernardo Gonçalves de Torres, explica a forma de atuação da quadrilha e como o esquema foi descoberto.
Fonte: gazetaweb.com
E-mail: redacao@f5alagoas.com.br
Telefone: (82) 99699-6308