Equipes das polícias Militar e Civil fazem uma operação na Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, nesta segunda-feira. A ação ocorre um dia após a comunidade viver um dia de guerra. No início da manhã deste domingo, cerca de 60 bandidos invadiram a favela e deram início a um confronto que deixou um suspeito morto e três pessoas feridas.
Há cerca de cem homens de diversas delegacias da Polícia Civil e de unidades da PM na Rocinha. O Túnel Zuzu Angel chegou a ficar alguns momentos fechado para a passagem das equipes. Até as 7h, uma pessoa havia sido detida na comunidade.
Em seu perfil no Twitter, a Polícia Militar informa que a operação tem como objetivo combater o crime organizado e faz uma alerta para que quem circule na região tenha atenção.
A corporação informou, ainda, que a chegada as equipes à Rocinha aconteceu por volta das 4h30. Participam da ação unidades do Comando de Operações Especiais (COE) — os batalhões de Operações Especiais (Bope), de Polícia de Choque (BPChq) e de Ações com Cães (BAC), além do Grupamento Aero-Marítimo (GAM). Agentes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e do 23º BPM (Leblon) realizam o cerco da ação.
De acordo com a PM, "após a entrada da Polícia Militar e estabilização do terreno, agentes da Polícia Civil irão cumprir mandados de prisão na Rocinha".
Mesmo com a operação, o trânsito segue tranquilo no entorno da Rocinha. Parte do comércio nos principais acessos à favela já começou a abrir as portas.
Relatos de tensão
Relatos em redes sociais informam que o clima é tenso na Rocinha na manhã desta segunda. Poucas pessoas circulam nas ruas.
"Dia tenso pra quem mora na Rocinha. Desde ontem não parece mais a mesma favela".
"Tudo deserto na Rocinha, cidade do medo. Agora eu vi que coisas materiais não valem nada. O que vale é a vida. Pense nisso".
"Acabei de passar pela Rocinha, clima tá pesado".
Um morador, sem se identificar, contou que neste domingo a movimentação de criminosos armados foi muito grande na Rocinha:
— Aqui sempre tem, mas ontem foi fora do normal.
Ainda de acordo com ele, os bandidos se esconderam na região de mata no alto da comunidade.
— Para a polícia encontrar, só se for na mata.
Ação comandada por Nem
A ordem para a invasão na Rocinha teria partido do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, de dentro de um presídio federal em Porto Velho, em Rondônia, para se vingar do atual chefe do tráfico na comunidade Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, seu ex-segurança.
A guerra entre os dois bandidos pelo controle da comunidade se intensificou depois do dia 13 de agosto, quando Rogério 157 executou três homens de sua quadrilha por desconfiar que seria vítima de uma espécie de tentativa de golpe para tirá-lo do comando do tráfico na favela. Desde de então, o bando de Rogério está rachado. Moradores contam que pessoas ligadas ao traficante Nem, teriam sido expulsas da favela a mando de Rogério. Um dos alvos do bandido seria Danúbia de Souza Rangel, mulher de Nem.
Fonte:Extra
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