08/09/2019 11:00:00
Polícia
Polícia prende segundo segurança por tortura a adolescente em supermercado em SP
Davi de Oliveira Fernandes já havia sido preso nesta sexta-feira. Waldir Bispo dos Santos era considerado foragido.
Reprodução

A polícia de São Paulo prendeu, neste sábado (7), Waldir Bispo dos Santos por chicotear e torturar um adolescente, de 17 anos, no supermercado da rede Ricoy. Ele se apresentou à polícia no Aeroporto de Congonhas acompanhando do advogado. Santos é o segundo segurança preso por envolvimento no caso. O primeiro, Davi de Oliveira Fernandes, foi detido nesta sexta-feira (6).

 

 

De acordo com a polícia, o segurança combinou um ponto de encontro para se entregar porque temia pela própria vida devido a repercussão do caso. Ele passou por exame de corpo de delito no IML central e foi encaminhado ao 80º DP (Distrito Policial) Vila Joaniza.

 

 

O adolescente, de 17 anos, foi encaminhado, nesta sexta-feira (6), para um abrigo da Prefeitura da cidade de São Paulo. A família do jovem se sentiu ameaçada e, por isso, será feito pedido de inclusão no Programa de Proteção de Crianças e Adolescentes Ameaçados (PPCAAM).

 

 

Segundo informações do Ariel de Castro Alves, do Conselho Estadual de Direitos Humanos, a medida pretende proteger o adolescente.

 

 

Um vídeo que circulava nas redes sociais mostrava a agressão praticada com fios elétricos por dois seguranças em unidade da loja Avenida Yervant Kissajikia, Zona Sul da capital paulista. O jovem, que teria furtado chocolates, apareceu nu, com as mãos amarradas e a boca amordaçada nas imagens.

 

 

Seguranças

 


Nesta sexta, Davi de Oliveira Fernandes, conhecido como Neto, foi preso em uma ação conjunta entre a Polícia Civil e a delegacia de capturas. Ele foi levado para o 80º Distrito Policial (DP), onde foi ouvido, depois passou por exame no IML e, em seguida, levado para o 2º DP.

 

 

Na segunda-feira (9) Davi de Oliveira Fernandes será ouvido pelo delegado que preside o inquérito e deve passar por reconhecimento pelo rapaz de 17 anos.
O adolescente disse que o caso ocorreu no mês passado e que foi a terceira vez que os mesmos seguranças o agrediam por furto de chocolate. Segundo ele, embora o vídeo tenha 40 segundos, a sessão durou 40 minutos. O rapaz mora na rua desde os 12 anos e já passou pela Fundação Casa.

 

 

A pena para um crime de tortura pode variar de 2 a 8 anos de prisão.

 


MP investiga

 


O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) informou que a Promotoria de Direitos Humanos vai apurar práticas de tortura na rede Ricoy de supermercados.

 

 

O inquérito civil instaurado nesta sexta vai apurar as práticas de tortura contra o adolescente e a violação de direito fundamental, a responsabilidade da empresa em violação de direitos humanos, o dano moral e social difuso e coletivo.

 

 

A investigação destaca duas ocorrências nas lojas: no último dia 1º de julho, na unidade da Avenida Yervant Kissajikian, e contra uma pessoa que também teria sido torturada e amarrada a um corrimão por tentar furtar alguns gêneros alimentícios e de higiene pessoal.

 

 

O inquérito fala de um possível terceiro episódio de tortura psicológica contra uma criança, que vai igualmente ser apurado.

 

 

Para os promotores Anna Trotta Yaryd e Eduardo Valério, “as ocorrências demonstram que as empresas violam direitos humanos fundamentais, consistente na prática sistemática de tortura, em suas dependências, por intermédio de seus agentes de segurança diretos ou indiretamente contratados”.

 


FONTE: G1

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