“Raríssimas vezes na vida, podemos dizer, sem sermos pretensiosos, que estamos fazendo a história. Hoje é uma destas escassas ocasiões”. A afirmação abriu o discurso do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no último dia de julgamento da presidenta afastada Dilma Rousseff.
Segundo o senador, como presidente do Senado Federal, cabe a ele dialogar não com as paixões do momento, mas com o perene espírito do tempo. “A democracia não é o melhor regime porque é infalível, mas porque corrige suas próprias imperfeiçoes sobre o mando do único soberano ao qual as democracias se curvam: o povo”.
Ainda segundo Calheiros os senadores podem estar cometendo um erro. “Se errarmos, a democracia nos corrigirá, o povo nos corrigirá" , afirmou.
O senador lembrou ainda que presidiu várias etapas do processo. “Demonstramos à nação o que a política tem de mais elevado. Discordamos sim, cometemos excessos sim. Peço desculpas ao país por qualquer atitude mais contundente ou passional”, disse acrescentando que os senadores ratificaram a política “no mais alto e grandioso nível, com confronto de ideias, posições antagônicas, com ênfase das paixões, com o rompante dos corações”.
Renan lembrou ainda uma forte simbologia da sessão de hoje: “Estão aqui em comunhão os três Poderes da República. Estamos julgando o chefe do poder Executivo (..) e isto tudo transcorre na Câmara mais alta do Poder Legislativo. É a unanimidade dos poderes democráticos que juntos estarão decidindo o destino da nação. É algo mais sólido do que maiorias momentâneas”, destacou.
Renan também aproveitou a fala para enaltecer o que classificou como “invejável sobriedade” demonstrada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que comanda o julgamento.
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