SÃO PAULO - Em meio às discussões dentro do PSDB sobre qual será o posicionamento do partido em relação ao presidente Michel Temer, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou neste sábado, ao comentar a situação do país, que não tinha compromisso com o governo, mas com as reformas necessárias para o crescimento do país. Alckmin já havia lançado publicamente o senador Tasso Jeireissati e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como nomes para uma eventual sucessão de Temer.
— Não temos compromisso com o governo. Temos compromisso com o Brasil, com as reformas e com o crescimento do país — disse ele durante participação em evento promovido pela prefeitura paulistana.
Nos últimos dias, a cúpula do PSDB vem estudando se vai continuar ou não a apoiar o governo de Michael Temer, decisão que apenas será tomada a partir do resultado do julgamento sobre o pedido de cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O governo vem perdendo apoio de sua base aliada desde que o presidente foi flagrado numa conversa com o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, que assumiu já ter pago propina a cerca de 1800 políticos.
— Nós temos que ajudar o Brasil. Os estados e municípios não vão bem se o país não for bem. As políticas econômicas, fiscais e monetárias são federais. Todo o mundo apoia as reformas, mas poucos querem ajudar. Liderança tem seus ônus e bônus. Temos que ter responsabilidade para com o povo — frisou o governador.
Alckmin defendeu que a decisão de sair ou não do governo federal é do partido, que vai aguardar a decisão do TSE sobre a cassação da chapa Dilma-Temer, pedida pelo próprio PSDB.
No mesmo evento — um seminário sobre gestão pública promovido pela prefeitura de São Paulo —, o prefeito João Doria disse que, diante das circunstâncias atuais, é preciso de foco, “sem afoiteza”.
— Agora mais do que nunca precisamos ter bom senso. Ter foco, sem afoiteza. O que o país mais precisa nesse momento é equilíbrio e administrar com bom senso. Isso não falta a Alckmin, ao Fernando Henrique Cardoso e ao Tasso Jereissati — afirmou o prefeito, vestido com uma camisa do programa "Cidade Linda" a uma plateia de secretários das prefeituras de São Paulo, do estado e gestores de outros municípios.
Indagado sobre eventuais rusgas com Alckmin por conta de um possível movimento dentro do PSDB em torno de uma eventual candidatura presidencial, o prefeito foi direto:
— A minha relação com Alckmin é indivisível e já dura quase 38 anos. Não tem hipótese de nos dividirmos, nos afastarmos. É uma relação que não está amparada nas circunstâncias políticas, mas em uma longa amizade — afirmou durante a abertura do seminário "Eficiência na Gestão Pública", promovido pela prefeitura paulistana.
Segundo ele, esse é o momento de "proteger o Brasil" e como prefeito o melhor a se fazer é trabalhar.
Também no evento, Alckmin afirmou que vai pedir ao Confaz (conselho que reúne os secretários estaduais da Fazenda) o parcelamento dos débitos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no estado.
— O parcelamento deve começar a valer em agosto, e vamos ver a arrecadação subir — disse, lembrando que isso vai ajudar na arrecadação dos municípios, uma vez que 25% desse imposto vai para as prefeituras.
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