18/12/2017 08:30:03
Política
Bancada Federal de AL tem maioria com votos contrários à Reforma da Previdência
Parlamentares dizem que atual proposta sacrifica o trabalhador brasileiro, sem garantir a futura aposentadoria
Reprodução

Dos nove deputados federais que integram a bancada federal de Alagoas no Congresso Nacional, cinco deles já anunciaram que são contrários ao atual texto da Reforma da Previdência que seria votado na próxima semana na Casa, mas foi adiado - por falta de votos necessários-, para fevereiro. Os parlamentares contrários apontam que a atual proposta penaliza o trabalhador assalariado, impossibilitando uma aposentadoria digna. Pressionado pelo Mercado, o governo Michel Temer (PMDB) tenta conseguir o quorum de 308 deputados para garantir a votação. A missão não tem sido fácil e deve se complicar às vésperas do pleito de 2018.

 

 

De acordo com o coordenador da bancada federal de Alagoas no Congresso Nacional, deputado Ronaldo Lessa (PDT), vários partidos têm fechado questão de forma contrária a proposta do governo Temer, movimento esse que pode crescer até a votação da reforma em fevereiro, forçando o Palácio do Planalto a discutir um novo texto. "Tenho visto esse movimento de fechar questão contra a reforma crescer entre os partidos. É importante que a população se mobilize, rejeitando essa proposta que só penaliza o trabalhador brasileiro. Não podemos aceitar isso", expôs Lessa.

 

 

Hoje, os deputados Paulão (PT), Ronaldo Lessa (PDT), JHC (PSB), Givaldo Carimbão (PHS) e Cícero Almeida (sem partido) são declaradamente contrários a Reforma da Previdência. Já o deputado Arthur Lira (PP) e os ministros Maurício Quintella (PR) e Marx Beltrão (PMDB) são apontados como os parlamentares que devem garantir, ao menos, três votos pelo texto do projeto. O deputado Pedro Vilela (PSDB) não marcou posição, mas o seu partido deve fechar questão no sentido de aprovar o texto.

 

 

De acordo com o Gilvado Carimbão, o Palácio do Planalto tem jogado duro no sentido de garantir a aprovação da proposta, inclusive, com a liberação de emendas. "A Câmara virou um balção e o Planalto está tomado por uma quadrilha. Sou parlamentar há anos e sei do que estou falando. Esse pessoal que assumiu a Presidência não quer saber do povo. Eles estão nem aí. Votei contra o Impeachment e a favor do recebimento das denúncias contra Temer. Vou votar contra a reforma. Essa proposta de Temer quer penalizar o trabalhador brasileiro. Essa conversa de que só os servidores públicos de altos salários serão penalizados é conversa. Eles vão sacrificar quem menos ganha. Se a sociedade se mobilizar, não passa", colocou.

 

 

Por sua vez, o deputado Cícero Almeida declarou que também vai votar contra a proposta. "Eu voto contra essa atual texto. Agora, se antes da votação em fevereiro, daqui a 60 dias, for enviado um projeto que não penalize o trabalhador e garanta uma reforma adequada, terá o meu voto. Enquanto isso, voto contra. Não faço parte de grupo, não estou ligado a ninguém. Meu compromisso é com o povo. É com o trabalho. A eles devo satisfação", expressou Almeida. A proposta, enviada ao Congresso no ano passado, foi aprovada em maio em uma comissão especial da Câmara, mas, desde então, não avançou por falta de consenso entre os partidos.

 

 

O relator da reforma, deputado Arthur Maia, do PPS, que tinha prometido ler o relatório dele nesta quinta, defendeu a decisão de adiar a votação da proposta para o ano que vem. "Foi uma decisão política optarmos por não fazê-lo nesse momento. Afinal de contas, trata-se de um assunto da maior relevância para o Brasil e não podemos, em absoluto, correr o risco de trazer esta matéria para o plenário da Câmara e sofrer uma derrota. Essa PEC não pode ir para votação com qualquer margem de dúvida quanto à sua aprovação", declarou Arthur Maia.

 

 

Ele defendeu a reforma para corrigir distorções e cortar privilégios. "Que país é esse em que está na lei constitucional que um agricultor da agricultura familiar, que um trabalhador da agricultura familiar só pode se aposentar aos 60 anos? Mas, ao mesmo, tempo abriga centenas, milhares, centenas de milhares de aposentados do setor público que se aposentaram com 50 anos ganhando salários de mais de R$ 30 mil? Que país é esse, que país é esse?", disse o relator.

 

 

Fonte: Gazetaweb

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