Desde outubro, quando da votação da segunda denúncia contra Michel Temer na Câmara, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), começou a se aproximar de bancadas do centro. As relações com o PP e com o Solidariedade, especialmente, ficaram mais firmes.
Já naquela época, a intenção era clara: abrir caminhos para uma possível candidatura à Presidência da República. Na ocasião, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), chegou a ir à residência oficial de Maia, para oferecer apoio de seu partido a qualquer projeto político que ele tivesse para as eleições de 2018.
Agora, o presidente da Câmara começou a planejar viagens e reuniões pelo Brasil, com o propósito de se tornar mais conhecido. Além disso, de acordo com informações da Folha de S. Paulo, Maia decidiu procurar empresários e outros partidos para dar sustentação à candidatura. A agenda contempla até mesmo a cidade de Catolé do Rocha, na Paraíba, cidade natal do seu pai, César Maia, ex-prefeito do Rio.
O objetivo é fazer com que ele decole, já que até agora só foi lembrado por 1% dos eleitores, nas últimas pesquisa de intenção de voto. Segundo aliados do presidente da Câmara, o prazo para isso ocorrer é até maio, quando eles planejam que ele alcance pelo 7% da preferência da população.
Nesta quinta-feira (8), o DEM realiza sua convenção nacional, ocasião em que o nome de Maia deve ser oficialmente lançado como pré-candidato ao Planalto. Na ocasião, Maia deve aproveitar para se testar. Tudo indica que adotará um discurso próprio, que defenda as reformas, legado do governo de Michel Temer, porém sem se comprometer tanto com a pauta exclusivamente econômica do presidente. O motivo é simples: manter independência em relação a um governo que tem baixíssimos índices de aprovação, e poder criticá-lo.
O deputado deve basear a sua fala em três pontos: combate à violência, recuperação da economia e geração de empregos, e foco nas questões sociais. Sobre este último, uma das propostas a serem apresentadas por Maia, na quinta, é o seguro social familiar. A proposta unifica o Bolsa Família e um conjunto de pequenos programas dispersos em diversas pastas.
"Existe um deserto conceitual no DEM e no PSDB sobre a questão social no Brasil. Rodrigo quer sair deste deserto", explica Marcelo Garcia, ex-secretário de Cesar Maia na área e coordenador do programa de governo de Rodrigo em 2012, quando ele disputou a prefeitura da capital fluminense.
Ainda conforme a Folha, Maia tem sido cauteloso em relação aos movimentos mais assertivos sobre sua candidatura. Diz que só vai encarar a missão se perceber que tem condições reais de competir. Na hipótese contrária, manterá o desejo de se reeleger presidente da Câmara em 2019, desse vez alcançando um resultado mais expressivo do que os 53.167 votos que teve em 2014.
Já sobre as alternativas que aparecem para compor a chapa com vistas ao Planalto, o DEM tem conversado com o ex-ministro Aldo Rebelo (PSB). Como o PSB não deve apoiar o DEM, Aldo negocia sua saída do partido e pode ingressar no Solidariedade.
Fonte: g1
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