Oito candidatos ao Governo do Estado do Rio de Janeiro participaram na noite desta quinta-feira (16) de um debate na TV Bandeirantes. O debate, primeiro da eleição 2018, durou cerca de 2 horas e 40 minutos e terminou na madrugada desta sexta (17).
Os candidatos ficaram posicionados na seguinte ordem (da esquerda para a direita), definida por sorteio: Anthony Garotinho (PRP), Romário (Podemos), Pedro Fernandes (PDT), Indio da Costa (PSD), Wilson Ex Juiz Federal (PSC), Eduardo Paes (DEM), Márcia Tiburi (PT) e Tarcísio Motta (PSOL).
No início do primeiro bloco, todos os candidatos falaram por um minuto cada sobre dois temas definidos por enquetes: Intervenção Federal na segurança pública do Rio e Univesidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) – que vive uma grave crise. Veja abaixo o que cada candidato falou, em ordem.
Intervenção Federal
Anthony Garotinho: “Por ter denunciado uma organização criminosa que atuou fortemente no estado, já que nós estamos falando de segurança pública, eu e minha família vivemos momentos muito difíceis, acompanhados inclusive pelo jornalismo da Band. Foi uma luta chegar até aqui porque tudo o que foi possível, essa organização criminosa, cujo alguns já estão presos, fez para impedir que nós estivéssemos aqui. Agora, a intervenção federal não disse a que veio. Ela tinha que tem um planejamento. E o planejamento é simples: prevenção, repressão qualificada, modernização do aparelho policial, como eu fiz, com as delegacias legais, e transformar os presídios em unidades prisionais de trabalho, para colocar os presos para trabalhar”.
Romário: "A intervenção federal foi, em determinado momento, de grande importância para o Estado do Rio de Janeiro. O próprio governador atual esteve em Brasília e pediu para que nós, senadores, votassemos a favor dessa intervenção porque não tinha mais como resolver o problema da violência no nosso estado. E eu fui a favor desta intervenção. Tive a oportunidade de conversar duas vezes com o interventor, que é o general Braga Netto. Hoje, tenho bastante conhecimento, entendo exatamente o que tem sido feito em relação a essa intervenção. Sei que nada aconteceu por acaso, essa intervenção teve seus problemas, mas eu hoje eu sou totalmente contrário que continue essa intervenção no nosso estado."
Pedro Fernandes: “A intervenção não é a solução para o problema. A gente precisa de integração. Integrar as nossas polícias, a inteligência e montar uma grande força-tarefa com o Governo Federal. Pegando ajuda da PF, da RCF, das forças Armadas também, para que a gente possa atingir a atividade econômica dos crimes organizados aqui no Rio de Janeiro. Eu entendo você que sofre quando sai de casa e não tem a certeza se vai voltar para casa em segurança. Eu sei o seu medo quando o seu filho vai para a escola e você vive esse drama da volta para casa. A gente vai reverter essa realidade. Nós vamos botar policiais nas ruas. Vamos contratar de imediato mais de 1,5 mil policiais militares chamados dos concursos que estão em andamento para que a gente possa avançar. Tem dinheiro para isso e a gente vai ter a oportunidade de mostrar."
Indio da Costa: "A intervenção federal foi um engodo. Eu disse isso no Congresso Nacional no dia da votação no plenário. A pedido do Rio de Janeiro votei favorável, dizendo que não funcionaria, infelizmente. Segurança pública se faz com polícia, e polícia se faz com policiais. A gente só vai resolver o problema da violência aqui no Rio de Janeiro com investigação. Aí, você vai chegar no topo da pirâmide. Talvez essas pessoas, que mandam no crime do Rio de Janeiro, que trazem drogas para cá, armas para cá, não moram nem no Rio de Janeiro, não morem nem no Brasil. Agora, quem estiver portando um fuzil, tenha a idade que tiver, escolheu a guerra. Então, tem que sofrer as consequências. E, entre a polícia e o bandido, esse governador aqui vai ficar do lado da polícia."
Wilson Ex Juiz Federal: “Quero dizer que fui tenente fuzileiro naval, juiz federal por 17 anos e combati organizações criminosas envolvendo o tráfico internacional de drogas. A intervenção federal veio para suprir uma deficiência de comando do estado do Rio de Janeiro, e eu parabenizo meus irmãos de farda pelo trabalho que realizaram. Mas, infelizmente, eu tenho feito críticas a respeito do tema porque o papel das Forças Armadas é para patrulhar as nossas fronteiras, onde entra o tráfico, onde entram os fuzis. As Forças Armadas têm que patrulhar a nossa costa. Recentemente vimos um navio despejando drogas, e infelizmente não é assim que nós vamos resolver. Vamos fazer um modelo de força-tarefa na Polícia Federal, e quem quer que esteja portando um fuzil, eu autorizarei a nossa Polícia Militar a abater.”
Eduardo Paes: "Eu acho que essa discussão da intervenção é uma discussão, às vezes, meio desnecessária porque na verdade você tinha uma falta de comando no tema da segurança pública, a situação caótica que nós conhecíamos e ainda conhecemos, muitas dificuldades, portanto a intervenção acabou sendo uma coisa necessária. Óbvio que ela não é uma panaceia, não vai resolver todos os nossos problemas. Então, é fundamental que vocês tenham certeza que nós no Governo do Estado vamos assumir o comando da segurança pública, mas solicitar, sim, ao Governo Federal, que as forças de segurança das Forças Armadas continuem trabalhando aqui junto com o governador, sob o comando do governador, para agir, colaborando, para que a gente possa combater o crime organizado, evitando tomada de novos territórios, evitando a ampliação ou a dissuasão e conflitos entre gangues, entre forças criminosas, para que a gente possa fazer a segurança da população."
Márcia Tiburi: “Eu sou absolutamente contra a intervenção federal. Ela não fez bem a ninguém no Rio de Janeiro. Os seus números são péssimos. Eles apenas refletem a violência do golpismo no Brasil, que usa hoje o Rio de Janeiro como vitrine, afinal de contas o Rio de Janeiro é uma cidade sempre manipulada pelos meios de comunicação e pelos poderes, e eu acredito que a população não ganha nada com isso. A segurança precisa ser mais que isso."
Tarcísio Motta: "A intervenção foi uma jogada eleitoreira do [presidente] Temer, feita sem planejamento algum. O plano estratégico do Gabinete de Intervenção apareceu três meses depois. E o resultado a gente está vendo nos números: aumentou o número de mortes, aumentou o número de pessoas que a polícia mata, aumentou o número de policiais mortos. Até quando a gente vai insistir nessa política de confronto que vê a favela como território inimigo e vê os policiais e os pobres como inimigos e que mata pobre todo dia. É preciso mudar: mudar completamente o foco da segurança pública. Substituir a lógica do confronto, pela lógica da inteligência e investigação. Modernizar a gestão, integrar os órgãos de segurança, combater o tráfico de armas, reformar a polícia ouvindo os próprios policiais. A defesa da vida é o sentido da segurança pública, e não a produção da morte. A defesa da vida de quem entende segurança como direito."
Uerj
Tarcísio Motta: “Uerj resiste. Esse foi um lema de estudantes, professores e funcionários da Uerj nos últimos anos. Ela foi sucateada pela máfia do PMDB. Ela foi sucateada por Pezão e Cabral. Seus servidores foram humilhados. Isso não pode continuar. É importante que a gente lembre que, não só a Uerj, mas também a Uezo e também a Uenf precisam ser vetores de desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro. Elas devem ser utilizadas para ajudar a sair da crise. Consciência, tecnologia, inovação. Chega de entender educação como custo, como gasto, isso é investimento. A Uerj, é importante que se diga, é um excelente caso de sucesso para a questão das costas. E aí é preciso ter política de permanência, assistência estudantil, bandejão, para garantir, inclusive, a inserção das classes populares nas universidades públicas. Por fim, é preciso integrar o Hospital Universitário Pedro Ernesto no sistema de saúde do estado para poder diminuir as filas e garantir atendimento para a população, e ainda pensar nos campi de São Gonçalo e Caxias e na formação de professores.”
Márcia Tiburi: "Sou professora e sou absolutamente apaixonada por ensino público, por qualquer tipo de ensino e acho que as pessoas precisam muito se educar na sociedade brasileira. A gente sabe que a educação é estratégica em qualquer projeto de país, de estado, de cidade, de desenvolvimento, e a Uerj, no caso do Rio de Janeiro, é absolutamente importante junto com as outras universidades estaduais que existem aqui, além das universidades federais que existem aqui. Não vamos esquecer também do ensino privado, a gente não deve nunca jogar fora escola nenhuma. É importante que a gente pense na Uerj, a partir de uma visão estratégica, que leva em conta que o ensino superior deve ser inclusivo e que as pessoas se preocupem em conhecer melhor a Uerj. Acho que as pessoas não sabem do trabalho que existe na Uerj em relação ao hospital, em relação a Unati, que é a Universidade para a Terceira Idade, as pessoas não imaginam como é importante a questão das cotas, e isso faz diferença na história do Rio de Janeiro."
Eduardo Paes: “Quando a gente fala da Uerj, nós estamos falando aqui de Uenf, Uezo, Colégio de Aplicação, que sempre foi um exemplo na rede estadual, que tem que se recuperar também. Acho que a primeira coisa é permitir que o orçamento da Uerj esteja disponível para a Uerj, aliás, para todas essas universidades. A gente sabe que uma razão grave da crise por que passa a Uerj foi justamente a ausência de orçamento, o contingenciamento do orçamento da universidade. Um segundo aspecto, para destacar a importância da Uerj, é obviamente utilizá-la cada vez mais próximo nessa missão de recuperar o estado, a Uerj tem um capital humano fantástico para isso. E tem um desafio também, quer dizer, o estado do Rio é muito dependente do óleo e gás, né, na hora que a gente quer mudar a matriz econômica, quer trabalhar na sociedade do conhecimento, da inovação, a Uerj pode cumprir um papel fantástico. Ela vai ter muito protagonismo no meu governo.”
Wilson Ex Juiz Federal: "Eu me sinto muito feliz em falar da Uerj porque fui professor da Uerj, de Processo Civil, tenho vários ex-alunos, também andei por aqueles corredores, sou apaixonado pela instituição. Nós temos hoje dois ministros do Supremo que são professores da Uerj, um ex-ministro, e é uma grande casa formadora de líderes, formadora de pesquisadores, os cursos de mestrado e doutorado. E eu, terminando agora meu curso de doutorado na UFF [Universidade Federal Fluminense], pretendo retornar a Uerj como professor, fazendo concurso público. De forma que eu, como governador, pretendo fazer aquilo que nós estamos preparando para recuperar a saúde financeira do estado, melhorar nossas receitas, melhorar, assim, o repasse de verbas para a Uerj, para que ela possa voltar a exercer o protagonismo no nosso estado, continuar a formar alunos de excelência, que é o que tenho visto naqueles corredores. Fico muito feliz de poder ser governador do estado e fazer isso pela instituição Uerj e todas as suas demais congêneres no Estado."
Indio da Costa: “Olha, a Uerj é um patrimônio enorme do estado do Rio de Janeiro, cultural, intelectual. E, dentro da Uerj, a gente não tem hoje o aproveitamento que poderia ter, pela sua produção, pela sua inteligência. E eu não tenho nenhuma dúvida que além do orçamento do governo do estado, a produção da Uerj pode ajudar e contribuir com a manutenção da própria Uerj. O Waze, que nos ajuda a chegar mais rápido no trânsito, o pen drive, que acumula informações, nasceram dentro de uma universidade, da universidade de Tel Aviv. E lá, como uma produção da inteligência ela tem um desenho aonde o professor, o aluno, a universidade e o estado ganham, a universidade de Tel Avivi tem bastante recursos. Esse modelo pode ser trazido para cá. E a produção e a inteligência que se tem dentro da Uerj se transformar em recursos para todo o corpo técnico, para universidade e para o próprio aluno. Em vez de ele sair em busca do primeiro emprego, ele já sair dali podendo empreender a partir da sua ideia."
Pedro Fernandes: "A Uerj realmente é um grande patrimônio. Eu também sou professor universitário e vivenciei o drama dos profissionais que ficaram meses sem receber salários, os alunos, sem as bolsas e sem as aulas e os pais e outros alunos que sonhavam em entrar para universidade que estava sendo sucateada. Eu garanto que isso não vai acontecer no meu governo. Porque a gente vai garantir autonomia administrativa e financeira da universidade, de todas as universidades e da Faetec também, garantindo o repasse dos duodécimos. A gente não pode permitir que isso continue acontecendo. A gente precisa fortalecer a Faperj também e utilizar as nossas universidades para tocarem os projetos de desenvolvimento econômico e social do nosso estado, para que a gente possa acabar com essa crise. A Uerj vai ser valorizada e tem dinheiro para isso, eu garanto para vocês."
Romário: “Bem, no meu governo com certeza a Uerj será valorizada. Eu tenho um comprometimento com a Uerj, foram as pessoas da Uerj que me ajudaram a fazer o meu plano de governo. Quando a gente fala de Uerj, a gente fala de uma instituição que tem mais de 50 anos. A gente fala de uma universidade que é a quarta maior universidade do nosso estado, em número de alunos, com 30 mil alunos. A gente fala de uma universidade que é a 11ª na América Latina. Então, a gente tem que olhar a Uerj com outros olhos. Eu tenho uma relação com a Uerj de alguns anos já. Por exemplo, em 2017, eu destinei uma emenda de R$ 1 bilhão para o Hospital Pedro Ernesto. E eu tenho certeza de que essa emenda foi de grande ajudar para esse hospital que hoje infelizmente está sucateado.”
Anthony Garotinho: "Olha, eu gostaria, em primeiro lugar, de agradecer o reconhecimento de todos aqui pela criação das cotas. Porque que fui eu, como governador, que implantei as cotas na Uerj e foram as primeiras do país. Inclusive, tem um candidato aqui que o partido dele entrou na Justiça com uma ação direta de inconstitucionalidade tentando impedir que as cotas funcionassem aqui no estado do Rio de Janeiro. Depois, veio a Universidade de Brasília e outras universidades. Eu lamento também que não tenha sido tocado aqui no Cederj, o Centro de Ensino a Distância do Estado do Rio de Janeiro, que fez com que milhares de estudantes aqui do Rio de Janeiro pudessem estudar através do Centro de Ensino a Distância. Quero dizer que tenho orgulho de ter criado a Universidade da Zona Oeste e de ter, junto com Brizola e Darcy Ribeiro, colocado a pedra fundamental da Uenf. Então, o meu compromisso com a universidade não é blá blá blá. Agora, mudando um pouquinho de assunto, voltando ao tema anterior: eu quero que você em casa preste atenção. Os maiores bandidos do Rio não estão nas comunidades. Estão nos gabinetes do Palácio Guanabara e na Assembleia Legislativa do Estado."
Perguntas entre os candidatos
Após os temas comuns a todos, ainda no primeiro bloco, os candidatos fizeram perguntas com tema livre entre si, com réplica e tréplica. O primeiro candidato a perguntar foi sorteado. Quem respondia, seguia perguntando. Foram tratados temas como segurança pública, violência contra mulheres, educação em tempo integral, desenvolvimento econômico, transporte público e corrupção.
O segundo bloco foi iniciado com perguntas feitas pelo público. Foram oito questões, cada uma delas respondidas por dois candidatos, respeitando a ordem da bancada. Os temas foram: Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), nomeações políticas e técnicas, expansão do metrô, atrações de investimentos para o estado e geração de novos empregos, e internação de menores infratores.
No terceiro bloco, os candidatos voltaram a fazer perguntas entre si, com tema livre, e direito a réplica e tréplica. Foram discutidos temas como corrupção, dívida do estado, recuperação fiscal, população de rua, cultura, gastos com moradias do governador e evasão escolar.
O último bloco foi aberto com os candidatos respondendo a uma mesma pergunta: qual o primeiro ato caso eleitos. Veja, em resumo, o que cada um disse.
Garotinho: fazer uma auditoria e acabar com o programa de ajuste fiscal
Romário: implementar uma política de "desperdício zero”, fazer gestão transparente, uma administração junto ao povo e colocar mais polícia nas ruas;
Pedro Fernandes: rever o regime de recuperação fiscal, fazer uma política de austeridade e uma reforma tributária;
Indio da Costa: trazer a Lei da Ficha Limpa para o estado e ouvir as polícias para dar instrumentos de combate ao crime;
Wilson Ex Juiz Federal: combater a corrupção, reduzir a máquina pública para cumprir metas do regime de recuperação fiscal; e criar programa de investimentos com 20 propostas;
Eduardo Paes: tentar renovar o Regime de Recuperação Fiscal com a presidência e retomar o controle da segurança pública, tentando manter apoio federal;
Márcia Tiburi: salvar as Faetecs e implantar uma renda família;
Tarcísio Motta: colocar em prática plano emergencial para reduzir os custos de vida e diminuir a desigualdade social.
Considerações finais
Ao final, cada um teve oportunidade de fazer as considerações finais. Veja abaixo o que disseram:
Garotinho: o candidato agradeceu a Deus e a disse que ele denunciou a "organização criminosa" ao Ministério Público Federal. "Eu e minha família sabemos o que nós passamos pelos braços de uma organização criminosa, que precisa ser definitivamente banida do estado." Garotinho disse também que não está atrás de um cargo: "Estou atrás de um sonho". Prometeu reabrir estaleiros, retomar os programas sociais, como restaurante popular, cheque-cidadão, café da manhã na estação de trem e farmácia popular. Disse também quere terminar a obra da Uezo e realizar "uma grande obra para todo o estado, não apenas para uma cidade". No fim, criticou um candidato, sem citar nomes: "Saudoso Brizola dizia: tem rabo de jacaré, cara de jacaré, boca de jacaré, e não é jacaré? É igual o candidato que está aqui. Tem filha de Cunha, filho do Picciani e filho de Cabral e quer falar de honestidade?".
Romário: o candidato começou suas considerações finais ressaltando suas origens humildes, dizendo que que nasceu na Favela do Jacarezinho, que é negro e que é o único entre os candidatos que conhece os problemas do estado na prática. “Eu tenho certeza que eu, no Governo do Estado do Rio de Janeiro, vou dar uma oportunidade que vocês ainda não tiveram. Oportunidade essa que vocês vão participar comigo diretamente e o mais importante: saber realmente para onde está indo o nosso dinheiro. Eu peço esta oportunidade. Me ajudem. Eu sou uma pessoa de origem simples, humilde”. Comparando com a situação do esporte coletivo, o candidato ainda afirmou que vai montar uma equipe “técnica e capacitada” para tirar o estado do Rio de Janeiro “desse momento tão triste”.
Pedro Fernandes: o candidato agradeceu pela oportunidade e disse querer reafirmar o “compromisso para combater a corrupção”. Disse que vai fortalecer a coordenadoria e auditoria interna do estado e citou que, quando foi presidente da Comissão de Orçamento, fez "auditorias, na área da saúde". "Economizamos mais de R$ 100 milhões só cortando gastos superfaturados e desnecessários", declarou. Pedro Fernandes disse também que é hora de fazer uma uma reflexão. “Por onde eu passo eu sempre ouço a mesma coisa: ‘Político é tudo ladrão. Político é tudo safado’. Mas a gente não pode esquecer que quem escolhe os ladrões e os safados são vocês”. O candidato pediu que as pessoas participem mais das eleições, que investiguem a vida de cada um. “Nunca respondi um processo”, disse”.
Indio da Costa: o candidato lembrou sua vida pública, com passagens pela Câmara dos Vereadores, do Deputados e por secretarias, afirmando que está pronto para ser chefe do executivo estadual. Prometeu dar atenção para setores como saúde, educação e segurança pública. "Eu nunca tive oportunidade de ser chefe do poder executivo. Já fui vereador três mandatos, deputado duas vezes, secretário duas vezes: eu estou pronto para ser governador. Estou pronto". Disse querer adotar a Lei da Ficha Limpa e que as escolas "de fato ensinem aos alunos", que os hospitais "atendam as pessoas" e que o governo "olhe para os serviços públicos com seriedade pra atender o povo que paga imposto e que hoje não tem de volta". "Que a segurança pública nos ajude a retomar o desenvolvimento do estado, que as pessoas voltem a investir aqui, que gere emprego, oportunidade de trabalho", declarou.
Wilson Ex Juiz Federal: o candidato agradeceu pela oportunidade do debate, disse que estudou em escola pública e que é acostumado a vencer desafios, citando os cargos que já ocupou. “Tenho a plena consciência que estou preparado para resolver o problema da dívida do estado do Rio de Janeiro”. Disse ter certeza que o estado tem condições de uma renegociação. “Vou trazer um novo modelo de pagamento da dívida, que vai ser absolutamente diferente, é o que nós temos usado para recuperar empresas”. Criticou propostas dos outros candidatos e disse que tomou a decisão de deixar o cargo de juiz federal para “assumir um protagonismo” e governar o Rio de Janeiro: “Com propostas concretas e não fantasiosas como as várias que ouvi aqui hoje, infelizmente”.
Eduardo Paes: o candidato lembrou de seu mandato como prefeito na capital e buscou se descrever como o mais preparado para enfrentar a crise, segundo ele, uma crise "que não é para amadores", nem para quem não conheça "profundamente o funcionamento da máquina". Afirmou que a superação da crise vai necessitar de articulação política. "A gente precisa retomar os serviços mais básicos do estado, de saúde, de educação. A gente precisa olhar para a Segurança Pública, ela vai ser prioridade no meu governo. Devolver a paz a população, permitir que as pessoas de todo estado possam voltar a andar nas ruas e levar a experiência que a gente teve aqui como prefeito para todo o estado", argumentou.
Márcia Tiburi: a candidata deu os “parabéns” aos cidadãos e cidadãs por “suportarem esse momento”. Disse que não estava feliz por participar do debate ou fazer política partidária, embora estivesse “amando o PT, que é um partido lindo”. Falou que considera desagradável que muitos candidatos “parecem loucos pelo poder". "Use a sua intuição e pense. Ou use a própria história e veja porque que esses que ajudarm a estragar a vida no Rio de Janeiro, por que esses indivíduos continuam loucos para administrar o estado do Rio de Janeiro”. Para ela, o poder tem que ser "bom para o povo". Márcia Tiburi argumentou que sua candidatura representa a vontade de pessoas que nunca se envolveram na política contribuam. "Nós precisamos cuidar das pessoas, respeitar e fazer um Rio de Janeiro feliz para as pessoas."
Tarcísio Motta: o candidato descreveu vários dos outros candidatos como “novos e velhos Cabrais" e se apresentou como alternativa de mudança. "Há quatro anos, estava aqui dizendo que a turma do Cabral ia levar o Rio de Janeiro para o buraco. De lá para cá, a Maré foi ocupada, tem governador preso, tem intervenção federal. Mataram a nossa companheira Marielle para nos causar medo. Pois saibam que nenhum passo nós daremos atrás. Nós vamos enfrentar as máfias, nós vamos enfrentar quem quer a morte do próprio povo. Vamos enfrentar quem construiu um muro entre você e seus direitos. Nós vamos derrubar esse muro." O candidato finalizou dizendo: "Se você quer que o muro continue lá, que você fique sem direitos, escolha um dos Cabrais e vote. Mas, se você quer a mudança, a mudança se chama Tarcísio".
Fonte: G1
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