O presidente Michel Temer anuncia nesta segunda-feira, no Rio, que o pacote de programas sociais conjugado às ações de segurança pública, o chamado Programa Emergencial de Ações Sociais, terá aporte de R$ 157 milhões. As ações, que já vinham sendo divulgadas por autoridades estaduais e federais desde julho deste ano, devem atender 50 mil crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. Os beneficiários têm de estar cadastrados no Programa Bolsa Família ou inseridos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Temer veio acompanhado da primeira-dama, Marcela Temer, chamada de “encantadora” pelo prefeito Crivella.
O ministro Osmar Terra afirmou que haverá ações esportivas e de capacitação em tecnologia da informação para jovens de comunidade. Terra chegou a afirmar que esses adolescentes carentes podem “até, um dia, começar startups”. Segundo ele, o foco das ações é reduzir a violência nessas áreas.
- Temos enorme efetivo militar apoiando a polícia no Rio de Janeiro pra reduzir a violência. Mas a experiência mostrou que isso por si só não é suficiente. Se não modificarmos a estrutura social e não melhorarmos as condições de vida da população, isso acaba tendo um efeito passageiro. São ações complementares à área de Segurança para o Rio de Janeiro e para a região metropolitana.
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Terra disse ainda que a pobreza é uma questão de “desigualdade social”, mas disse que os jovens não são obrigados a permanecer sem perspectivas.
- Mas ninguém é obrigado a ficar nessa vida. Ter esse destino.
O ministro esqueceu o nome do Departamento de Acões Socioeducativas (Degase) ao anunciar que também haverá ações direcionadas aos jovens internos.
Luislinda Valois, a ministra dos Direitos Humanos que pediu para acumular os salários de desembargadora e ministra de depois desistiu, também esteve na cerimônia e aconselhou os jovens carentes a seguirem “caminho da retidão”.
- Como mulher preta, pobre, da periferia, conheço o que é viver lá longe dos grandes centros. Estamos aqui para firmar compromissos reais e exequíveis. Minhas crianças, meus jovens, o caminho da retidão é o melhor, e estamos aqui para dar a vocês essa retidão que já tem.
A ministra disse que uma parceria com o Ministério da Justiça, para capacitar agentes mediadores vai ajudar a “combater o homicídio do jovem preto, pobre e da periferia”.
- Me permita fazer um pedido: é a paz que desejamos para o Rio de Janeiro e para o mundo.
A ministra também pretende ajudar nas ações sociais doando livros de sua própria autoria para o estado do Rio.
Leonardo Picciani, o ministro do Esporte, afirmou que o presidente teve “sensibilidade” com o Rio de Janeiro ajudando o estado - o que é constantemente contestado por autoridades estaduais. O ministro citou o aporte de R$ 2,9 bilhões da União ao Estado na época das Olimpíadas e as recentes operações integradas na área da Segurança.
No anúncio, estão também o governador Luiz Fernando Pezão, e o ministro da Justiça, Torquato Jardim. O evento sucede uma série de crises institucionais entre União e Estado quanto às ações integradas na área da Segurança. A última delas se deu a partir de declarações do ministo da Justiça Torquato Jardim, que acusou os comandantes de batalhões da PM e a própria corporação de envolvimento com o crime organizado. Torquato também compareceu à cerimônia e dividiu o palanque com o governador.
O local escolhido pelo governo federal para o anúncio foi um centro de treinamento da Marinha, na Avenida Brasil. O acesso controlado ao local evitou qualquee chance de protesto, já que o presidente detém baixíssimos índices de aprovação. O discurso foi ouvido apenas por militares e crianças que participam de projetos esportivos no local.
As atividades esportivas e culturais vão ser oferecidas em centros de referência em comunidades pobres do Rio: Complexo do Lins, Complexo do Alemão, Complexo da Penha, Maré, Chapadão e Pedreira, Cidade de Deus, Vila Kennedy, Rocinha, Baixada Fluminense e Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, que teve sete mortos durante uma ação policial na madrugada do último sábado.
Fonte: Globo.com
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