Uma comida bem temperada, além de conter bons condimentos, tem que ter também, um pouco de sal para reforçar o sabor, desde que seja na medida certa. Mas o sódio ou sal, mesmo sendo importante para o equilíbrio do corpo, também é considerado um dos vilões da saúde, quando consumido de forma exagerada, segundo alerta a nutricionista da Gerência de Atenção Primária da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Lúcia Acioly.
Por isso, desde 2010, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ao constatar teores elevados do produto, resolveu reduzir o teor da substância nos alimentos. A iniciativa do Ministério da Saúde (MS) de reduzir o percentual de sódio nos alimentos visa assegurar a qualidade de vida de crianças, adolescentes, jovens e adultos, já que o consumo de sal em equilíbrio pode evitar doenças crônicas como pressão arterial, diabetes e problemas cardiovasculares, que são responsáveis pelo alto índice de óbitos no Brasil e no mundo.
A nutricionista Lúcia Acioly afirma que a medida adotada pelo MS em reduzir o teor de sódio nos alimentos é importante para saúde da população. Segundo ela, os benefícios são inúmeros, a começar pelo funcionamento pleno do corpo. “E a primeira providência a ser adotada para a redução da quantidade do produto nos alimentos é retirando o saleiro da mesa, uma vez que ele é uma tentação e, muitas vezes, leva a pessoa a colocar mais sal do que o necessário na comida, que por sua vez já foi temperada durante o preparo”, salienta.
Se nos alimentos preparados em casa deve haver atenção redobrada com o consumo de sódio, nos alimentos industrializados, encontrados nos supermercados, mercadinhos e demais estabelecimentos comerciais, a vigilância deve ser maior. Isso porque, cerca de 60% a 75% do sal que é consumido pela população é proveniente deles.
Consumo Diário – Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), conforme destaca a nutricionista Lúcia Acioly, apontam que o consumo diário de sódio por uma pessoa deve ser de 0,5 gramas, que equivale a 1,25 gramas de sal (uma colher de chá). Essa quantidade, ainda de acordo com ela, não deve ser ultrapassada, porque é prejudicial ao organismo e, futuramente, implicará em doenças crônicas, principalmente o aumento da pressão arterial.
“Quem é hipertenso, a ingestão de sódio deve ser ainda mais controlada, porque o excesso poderá complicar a doença e levar até a morte. O ideal para os hipertensos é usarem dois gramas de sal, sendo um no almoço e um no jantar. E todos devem ficar atentos para os alimentos prontos que já possuem sal em sua composição”, frisou a nutricionista.
E mesmo para àqueles quem têm pressão abaixo de 12 por oito, valor considerado normal, a profissional da Sesau salienta que não deve haver abuso do consumo de sódio. Realidade que se deve ao fato de futuramente essa pessoa venha a desenvolver a doença.
De Olho nos Rótulos – Nem sempre quem vai ao supermercado tem o costume de ler os rótulos das embalagens dos alimentos e esse procedimento deve ser uma rotina, porque auxilia na redução da quantidade de sódio ingerida.
Lúcia Acioly adverte que todos devem ficar atentos e observar frequentemente a quantidade de sal contida no alimento porque muitas vezes o montante ultrapassa a porção determinada pela Organização Mundial de Saúde, que não pode exceder mais de duas gramas diariamente. Geralmente, os alimentos que mais possuem alto teor de sódio são o macarrão instantâneo, biscoitos, embutidos, linguiças e outros.
Saúde em Primeiro Lugar – Apesar de não haver registro na família de hipertensão, Isaac Lameque Muniz, estudante de Educação Física, após ingressar no curso passou a se preocupar mais com a qualidade de vida. Lameque disse que não costuma olhar nos rótulos dos produtos a quantidade de sódio que dispõem, mas, como a namorada tem colesterol alto, decidiu mudar o hábito alimentar, apostando em comida saudável.
De acordo com ele, depois que está prestes a se tornar um educador físico, resolveu evitar determinados alimentos que contribuem para prejudicar a saúde e, futuramente, podem causar doenças crônicas, como pressão alta, diabetes e problemas cardíacos. “Toda atenção é necessária para muitos problemas de saúde começam pela boca, pois somos o que comemos”, evidenciou.
Dicas para evitar o sódio na comida – As ervas e os temperos são as alternativas para dar mais sabor ao alimento e, gradativamente, reduzindo o sal na alimentação. Entre essas ervas estão o manjericão, salsinha, cebola, orégano, hortelã, limão, alho, coentro e cominho. Para alguns pode ser difícil no início reduzir a quantidade de sal, mas aos poucos o paladar vai se acostumando a mudança e, em pouco tempo, a pessoa não notará a diferença, sem contar os inúmeros benefícios que trará à saúde.
A nutricionista Lúcia Acioly também orienta que é importante evitar o uso de embutidos, como linguiça, paio e outros, além de frios (mortadela, presunto e salame), defumados e carnes salgadas (bacalhau, charque e carne seca), conservas (azeitona, aspargo, palmito, ervilha, extrato de tomate e maionese pronta), o ideal é consumir alimentos em seu estado natural. Ela também salienta que devem ser evitados os aditivos utilizados em alguns condimentos e nas sopas de pacote, como também em alguns aperitivos, como amendoim, castanha de caju e batata frita.
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