Criado pelo Governo do Estado, em abril do ano passado, o Serviço de Cardiopediatria da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), fruto de uma parceria com o Hospital do Coração e a Fundação Cordial, disponibiliza aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) um atendimento que vai do diagnóstico e acompanhamento ambulatorial até a realização das cirurgias. E mais uma vida foi salva graças à agilidade e a capacidade técnica dos profissionais da unidade hospitalar.
De acordo com o cardiologista do Hospital do Coração José Wanderley Neto, a fase neonatal é a mais complexa do atendimento cardiológico. Isso porque, quando se tem um bebê com poucos dias de vida, com os órgãos malformados, é preciso uma intervenção cirúrgica que possibilite a sobrevivência dos recém-nascidos.
O bebê João Wellinton Santos é do município de Cajueiro e tem apenas um mês de vida. Estava acometido pela atresia pulmonar (defeito cardíaco caracterizado pela má formação da valva pulmonar, podendo impedir o desenvolvimento correto do ventrículo direito), e, graças ao serviço, conseguiu sobreviver.
“Nossa equipe teve que realizar uma comunicação da artéria aorta à circulação sanguínea pulmonar para que o bebê recebesse sangue nos pulmões e pudesse oxigenar, para que ele possa crescer de uma forma saudável. O quadro de saúde dele é estável”, disse o cardiologista.
Para Wanderley Neto, o Serviço de Cardiopediatria é importante não só para sua equipe médica, como também para todo o Estado de Alagoas. “É a certeza de que qualquer alagoano nascido com um problema grave no coração tenha a chance de sobreviver, porque antes não dispúnhamos desse serviço no Estado de Alagoas”, destacou.
Segundo a secretária Rozangela Wyszomirska, o Serviço de Cardiopediatria começou por etapas, uma vez que era muito complexo. “Começamos com o atendimento ambulatorial, a realização de exames e, depois, o diagnóstico. Este ano avançamos muito para a realização de procedimentos pela hemodinâmica, inéditos para o Estado de Alagoas. A cirurgia dessas crianças é muito complexa, requer uma equipe treinada, e não depende só do cirurgião, mas, principalmente, do apoio pós-cirúrgico”, destacou.
A titular da pasta lembrou que, antes da atual gestão, os pais de crianças cardiopatas eram obrigados a recorrer ao Ministério Público Estadual (MPE) e à Defensoria Pública Estadual (DPE) para terem assegurado o atendimento cardiopediátrico a seus filhos. À época, muitas crianças ficavam desassistidas.
“Em nosso planejamento, essa cirurgia estava programada para ser feita em 2017. Portanto, estamos avançando e antecipando etapas do programa de atendimento à criança portadora de patologia cardíaca. É uma felicidade muito grande de estarmos afirmando e reafirmando os compromissos com os serviços fundamentais e importantes para a saúde da população”, ressaltou.
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