(Foto: Reprodução)Bolo de pote do Mercado do Alérgico, feito por Daiane

 Com a véspera de Natal às portas, muita gente já planejou a ceia e nas delícias que vêm com ela. Contudo, mesmo com tantas opções, muitos não podem provar dos sabores natalinos, pois são alérgicos ou intolerantes a ingredientes presentes nos pratos da mesa. Em tempos de inclusão, um tipo de culinária tem chamado atenção pela variedade de produtos exclusivos para quem não pode ingerir alimentos com leite de vaca, soja ou ovos, por exemplo.

Inspirada no filho de dois anos, diagnosticado com alergia à proteína do leite de vaca (APLV), aos quatro meses de idade, Daiane Lobo começou a produzir e revender alimentos voltados para o público de alérgicos e intolerantes.

“Na cozinha, só sabia o trivial. Como eu tinha que comer alimentos seguros, passei a pesquisar receitas isentas de leite e fazer adaptações em receitas tradicionais. Ao conversar com outras mães que viviam o mesmo que eu, que também tinham dificuldades em encontrar alimentos seguros, surgiu a ideia de melhorar o que aprendi e comercializar”, explicou.

Ela passou a anunciar seus produtos pelo Instagram em um perfil chamado ‘Mercado do Alérgico’ e imediatamente teve um bom retorno das mães de crianças alérgicas ou intolerantes a diversos ingredientes. Ela distribui para o Piauí, Maranhão e se esforça para enviar a alguns estados quando solicitada pelos clientes.

O feedback
A médica oftalmologista Benedita Reis precisa consumir produtos que não contenham leite de vaca, soja ou ovo para amamentar a filha Beatriz, de oito meses, alérgica a esses ingredientes.

“Por não haver em Teresina um restaurante adequado para alérgicos, os produtos vendidos por Daiane são uma ótima alternativa, pois combinam ótimos sabores em tipos variados de alimentos”, disse.

Outra cliente do Mercado do Alérgico é a consultora de distribuição de cosméticos Aleciane Lima. A alergia do filho Davi, de 2 anos, fez com que a família toda passasse a consumir produtos sem leite de vaca e ovo. Ela contou que quase toda semana compra com Daiane pães, bolos e outros alimentos para casa.

“O trabalho dela é muito responsável, inclusive foi ela quem fez o bolo de aniversário do meu filho. Tem muitas opções de produtos”, destacou.

Aleciane pontuou ainda que a culinária produzida pelo mercado do Alérgico é inclusiva e proporciona felicidade aos pais e filhos que compram e comem os alimentos.

“Fico até emocionada em falar porque meu filho pode consumir produtos como uma criança normal, respeitando as restrições e ele pode se integrar à sociedade”, disse.

A Ceia de Natal
No período do fim do ano, Daiane preparou receitas típicas do Natal para abranger ainda mais as mães e crianças com algum tipo de restrição alimentar. Ela explicou que adapta todos os ingredientes, sem glúten, ovos ou leite de vaca para que o sabor seja o mais parecido possível.

"O Samuel sempre que vê algo novo, ele quer provar. Chocotone ele adora, bolos com decoração natalina ele fica encantado! Só fala em Natal. No Mercado do Alérgico, os produtos mais procurados são panetones e chocotones. Para esse ano, além deles, colocamos disponíveis bolos confeitados e tortas salgadas”, destacou.

Pensando na ceia, Aleciane comentou que a comida do filho é sempre comprada com antecedência para assegurar que ele vai participar de tudo.

“Sempre tem o cardápio do Mercado do Alérgico. Eu levo o prato dele separado e o panetone já está garantido pra esse fim de ano. Sou muito grata à Daiane. Não só eu, mas diversas mães que têm filhos alérgicos como mães que precisam fazer dieta para amamentar seus filhos”, contou.

Já Benedita traçou estratégias para não deixar de comemorar e comer o que mais gosta nessa época repleta de cardápios que, muitas vezes, contêm ingredientes que ela e a filha não podem consumir.

“Vou pedir umas delícias e levar minha marmita pra onde eu for. Torta fofão, salgadinho, panetone de brigadeiro, as pessoas que vão querer provar o meu e claro que não vou deixar”, brincou.

Essa procura agrada a mãe que consome, mas também dá mais ânimo para a mãe que produz continuar com a ideia. Daiane explica que os agradecimentos das mães com vídeos e fotos chegam a deixá-la emocionada.

“Ouvir de uma mãe que estou dando forças e ajudando a seguir a dieta em prol da amamentação, me motiva ainda mais. Também fico feliz quando me falam que todos em casa, que não são alérgicos, provaram, gostaram e querem dividir os produtos com o alérgico”, pontuou.

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